Presidente turco sugere envio de tropas a Jerusalém e rabino menciona ‘Gogue e Magogue’

O rabino Pinchas Winston diz que a situação caminha para a profecia de Zacarias, mas que é só o começo das implicações bíblicas.

Fonte: Guiame, com informações da Agência Anadolu e Israel 365 NewsAtualizado: quarta-feira, 19 de maio de 2021 às 17:07
Manifestantes no Monte do Templo seguram bandeiras da Turquia e fotos do presidente Erdogan, em 2017. (Foto: Agência Anadolu)
Manifestantes no Monte do Templo seguram bandeiras da Turquia e fotos do presidente Erdogan, em 2017. (Foto: Agência Anadolu)

O presidente da Turquia, Recep Erdogan, e seus aliados políticos, sugeriram enviar forças militares a Jerusalém para dar cobertura aérea aos palestinos. Ele sugeriu ainda que a capital de Israel seja administrada por representantes do judaísmo, islamismo e cristianismo.

Falando após uma reunião do governo na capital da Turquia, Ancara, Erdogan pediu à ONU, ao Conselho de Segurança da ONU, à Organização para a Cooperação Islâmica (OIC) e a outras organizações internacionais que ajam contra a opressão dos palestinos.

“Neste ponto, acreditamos que haja necessidade de um acordo separado em Jerusalém”, disse Erdogan na segunda-feira (17). “Nas circunstâncias de hoje, o curso de ação mais correto e consistente seria que Jerusalém fosse administrada por uma comissão de representantes das três religiões. Caso contrário, não será facilmente possível alcançar uma paz duradoura nesta cidade antiga.”

Ele disse que a Turquia emprestaria seu apoio político e militar aos esforços internacionais para “libertar Jerusalém e proteger o povo palestino”, informa a Agência Anadolu.

Erdogan também acusou Israel de ser um “estado terrorista” e de violar Jerusalém, considerada sagrada por essas três religiões. “Este estado terrorista, que invadiu a privacidade de Jerusalém, enquanto bombardeava impiedosamente civis em Gaza e arrasava um prédio que abrigava grupos da mídia, é Israel”, alegou.

Erdogan disse que aqueles que apoiam as ações israelenses em Jerusalém e Gaza entrariam na história como cúmplices de assassinatos de crianças e crimes contra a humanidade.

“A declaração de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA e outros países no final de 2017 aumentou o apetite deste estado assassino para derramar sangue", disse Erdogan.

Erdogan também criticou o presidente americano Joe Biden por assinar um acordo de armas com Israel. 

“Sr. Biden, você se aliou aos armênios no chamado genocídio armênio. Agora, infelizmente, você está escrevendo a história com as mãos ensanguentadas sobre esses eventos de ataques seriamente desproporcionais a Gaza, que causaram o martírio de centenas de milhares de pessoas”, acusou Erdogan.

Ele também condenou a Áustria por hastear uma bandeira israelense no prédio de sua embaixada. “Hastear a bandeira de um estado terrorista em um prédio oficial equivale a viver sob a projeção do terrorismo. O estado austríaco parece estar tentando fazer os muçulmanos pagarem pelo genocídio ao qual sujeitou os judeus", disse ele. 


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante discurso em Ancara. (Foto: Agência Anadolu)

Jerusalém cercada por tropas

A Dra. Efrat Aviv, conferencista do Departamento de Estudos do Oriente Médio da Universidade Bar-Ilan, em Tel Aviv, e especialista em Turquia, acredita que o surgimento de tropas turcas em Jerusalém pode ser possível.

“Jerusalém é importante para Erdogan por razões políticas e religiosas”, explicou a Dra. Aviv. “Uma agenda anti-Israel na Turquia sob a bandeira de Jerusalém une a direita e a esquerda, até mesmo os extremistas de ambos os lados”. 

Aviv também aponta o desejo de Erdogan de se tornar o líder que une as nações muçulmanas. “Por este motivo, a Turquia está operando em Jerusalém há algum tempo, trabalhando para controlar e fortalecer os muçulmanos. O controle de Jerusalém daria a Erdogan a posição religiosa que a Arábia Saudita deu em Meca”.

Não é segredo que Erdogan mantém contatos estreitos com a organização terrorista Hamas, informa a agência Deutsche Welle.

Segundo Aviv, a Turquia é um elemento essencial para as operações do Hamas. “Não será surpreendente se o exército turco um dia chegar a Jerusalém”, disse ela.

res.

Rabinos temem cumprimento da profecia

O rabino Pinchas Winston, especialista sobre fim dos tempos, observou que a situação atual com a Turquia caminha para a profecia de Gogue e Magogue descrita em Zacarias, mas observou que este é apenas o começo das implicações bíblicas.

Naquele dia, quando todas as nações da terra estiverem reunidas para atacá-la, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todas as nações. Todos que tentarem levantá-la se machucarão muito. (Zacarias 12:3)

“É claro que Zacarias estava se referindo a isso quando descreveu Gogue e Magogue, com todas as nações se levantando contra Jerusalém”, disse o rabino Winston ao site Israel 365 News.

“Se você ouvir as outras nações, se você ouvir Erdogan — que é um líder no mundo muçulmano — é um milagre enorme que eles ainda não tenham se unido contra Israel. Mas isso é porque a profecia de Zacarias só acontecerá quando Deus ordenar; pouco antes da redenção final. E a redenção final é iminente e a história está se encerrando, rumo ao final”, acrescentou o rabino.

O rabino Winston acredita que o mundo está a caminho da redenção. “Hashem está causando turbulência, sacudindo os judeus. Ismael significa que ‘Deus ouvirá’”, disse ele, sobre o filho de Abraão do qual os árabes são descendentes. “Seu único propósito é fazer com que ouçamos a Deus e clamemos a Ele.”

Para o rabino, “o palco está montado” e “todos os elementos estão no lugar” para o fim dos tempos. “O coronavírus foi apenas mais um elemento que levou o mundo ao limite. Apenas mais alguns elementos, um ou dois, e passaremos do ponto de inflexão”, disse.

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