O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu que Jerusalém pertence ao seu país durante um discurso aos legisladores turcos em Ancara na última quinta-feira (1º), segundo o jornal ‘The Times of Israel’.
“Nesta cidade que partimos aos prantos durante a Primeira Guerra Mundial, ainda é possível encontrar vestígios da resistência otomana. Portanto, Jerusalém é a nossa cidade, uma cidade nossa”, disse ele. “Nossa primeira qibla [direção islâmica de oração] al-Aqsa e a Cúpula da Rocha em Jerusalém são as mesquitas simbólicas de nossa fé. Além disso, esta cidade é o lar dos lugares sagrados do Cristianismo e do Judaísmo”.
O Império Otomano governou Jerusalém de 1516-1917 até que a Grã-Bretanha assumiu após a Primeira Guerra Mundial. Erdogan está empurrando o país constitucionalmente laico cada vez mais para o Islã conservador e considera que “Jerusalém é uma extensão da Turquia”.
Pouco depois de converter a igreja de ‘Hagia Sophia’ de Istambul em uma mesquita no mês de julho, Erdogan voltou sua atenção para a cidade sagrada localizada em Israel.
Ele disse em um post no Facebook que “o renascimento da Hagia Sophia é um sinal do retorno da liberdade à mesquita de al-Aqsa”, em Jerusalém.
Durante o discurso de Erdogan na quinta-feira, ele condenou “a opressão de Israel contra os palestinos e as práticas indiferentes que desprezam a privacidade de Jerusalém”.
“A questão de Jerusalém não é um problema geopolítico comum para nós. Em primeiro lugar, a aparência física atual da Cidade Velha, que é o coração de Jerusalém, foi construída por Solimão, o Magnífico (Califa do Islã e Sultão do Império Otomano do século XVI), com suas paredes, bazar e muitos edifícios. Nossos ancestrais mostraram seu respeito por séculos, mantendo esta cidade em alta estima”, disse.
Há muito tempo Erdogan é um defensor da causa palestina e reafirma o compromisso da Turquia com Jerusalém.
“Consideramos uma honra, em nome de nosso país e nação, expressar os direitos do povo palestino oprimido em todas as plataformas, com quem convivemos há séculos”, disse ele. “Com esse entendimento, seguiremos tanto a causa palestina, que é a ferida sangrenta da consciência global, quanto o caso de Jerusalém até o fim”.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel não comentou o discurso de Erdogan.
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