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Israel

Turquia visa Monte do Templo em Jerusalém após converter basílica em mesquita

A transformação da basílica Hagia Sophia em uma mesquita indica uma agenda mais ampla de Recep Erdogan na região.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem PostAtualizado: segunda-feira, 13 de julho de 2020 às 14:43
Imagem do complexo da mesquita Al-Aqsa na Cidade Velha de Jerusalém. (Foto: AFP)
Imagem do complexo da mesquita Al-Aqsa na Cidade Velha de Jerusalém. (Foto: AFP)

O presidente da Turquia, Recep Erdogan, prometeu “libertar a mesquita Al-Aqsa” no topo do Monte do Templo, em Jerusalém, depois de anunciar a conversão da basílica Hagia Sophia em uma mesquita na sexta-feira (10).

A antiga igreja bizantina do século 6 serviu por quase mil anos como uma catedral ortodoxa. Foi convertida em mesquita em 1453, depois da conquista de Constantinopla pelos otomanos e, em 1934, a construção passou a funcionar como museu e tornou-se um Patrimônio Mundial da Unesco.  

A decisão segue uma agenda autoritária e cada vez mais religiosa de Ancara, que fez da Turquia o maior carcereiro de jornalistas do mundo, prender dissidentes turcos por “terrorismo” e promover crescentes invasões militares da Turquia a países vizinhos.

De acordo com o site da presidência turca, a ressurreição da Hagia Sophia anuncia a libertação da mesquita de Al-Aqsa, um local determinante no conflito entre israelenses e palestinos.

“A ressurreição da Hagia Sophia é o passo da vontade dos muçulmanos em todo o mundo... a ressurreição de Hagia Sophia é a reignição da chama da esperança dos muçulmanos e de todos os oprimidos, injustiçados e explorados”, diz a mensagem.

Segundo o jornal Jerusalem Post, o discurso em turco — que foi traduzido com algumas alterações para o árabe e depois para o inglês — indica uma agenda mais ampla de Ancara.

Em árabe, o discurso diz que transformar Hagia Sophia em uma mesquita faz parte do “retorno da liberdade a Al-Aqsa”, sugerindo que Israel deve perder o controle da Cidade Velha de Jerusalém, onde a Al-Aqsa está localizada.


Policiais em frente à basílica bizantina Hagia Sophia, uma das principais atrações turísticas de Istambul. (Foto: AP/Emrah Gurel)

O presidente da Turquia, que há muito tempo defende a causa palestina, é um crítico extremo de Israel. “Vincular a grande mudança da Hagia Sophia a Jerusalém mostra que as ambições de Ancara são muito maiores do que apenas reafirmar as orações islâmicas na mesquita e na igreja histórica em Istambul; faz parte de uma agenda islâmica maior para a região”, diz a publicação do Jerusalem Post.

“Com esse movimento, Erdogan está mais uma vez afirmando a supremacia islâmica e o domínio sobre as minorias étnicas e religiosas da Turquia”, disse Aykan Erdemir, da Fundação para a Defesa das Democracias, sediada nos EUA, à CBN News.

Erdemir acredita que a mudança de Erdogan também é uma bandeira vermelha para os cristãos da Turquia. “Acho que isso será desastroso para a população cristã em declínio da Turquia”, explica. “Por um lado, parece haver uma campanha para assustar os cristãos da Turquia, e por outro, para restabelecer uma dominante ideologia muçulmana sunita”.

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