Desmistificar o velho ditado “galho que nasce torto, morre torto” é a missão da teóloga Luciana Menezzes, ao lançar o livro “Diário de um Soberbo”. Em entrevista ao Guiame, ela disse que a escolha do tema “soberba” se deu por se tratar de um sentimento “mais comum do que pensamos”.
“O livro aborda a soberba como um sentimento inerente do ser humano, que insiste em viver longe do amor e do perdão. O personagem Soberbo da Silva convida o leitor para refletir sobre nós mesmos no livro, e eu me incluo nessa”, disse.
Ao falar sobre a soberba humana, a autora relaciona os tempos atuais em que “todo mundo quer ter razão”. Será que a soberba é o motivo de tantas desavenças nas redes sociais?
“Nas redes sociais as pessoas se esquecem que, mesmo não estando presentes fisicamente em uma conversa ou discussão, cada palavra faz parte da sua persona. Temos a sensação de que estamos encobertos pela telinha e deixamos a soberba mais aparente”, ela respondeu.
Características da soberba
“Um verdadeiro soberbo sempre se resguarda para parecer humilde, mesmo sabendo que é uma farsa. Por isso, no livro, é apresentada a família do Soberbo da Silva — ele é irmão do Orgulhoso da Silva, filho da Autocomiseração e do Falso Humilde da Silva. Todos são características da soberba”, apresentou.
A mensagem trazida no enredo é clara: o passado não precisa, nem deve, determinar o futuro de alguém.
“Cada vez mais vemos a Palavra se cumprindo. Nos dias de hoje, as pessoas estão cada vez mais egocêntricas, pensando somente em si mesmas, e tudo por falta de amor e perdão”, apontou.
“A Bíblia diz que nestes tempos o amor de muitos esfriará. Lembremos que a escuridão existe por falta de luz, assim a soberba existe por falta de amor. O livro aborda exatamente essa questão”, explicou.
“Deus resiste ao soberbo, porém o ama”
O livro de 2 Timóteo, no capítulo 3, cita os soberbos, além dos presunçosos e dos arrogantes como características das pessoas dos últimos dias. A autora, porém, lembra que apesar de “Deus resistir aos soberbos, Ele os ama”.
“Quando entendemos esse amor, Ele nos leva para um novo olhar, uma nova perspectiva. E assim, mesmo que você tenha crescido como um galho torto, ainda poderá produzir bons frutos. Ainda há esperança”, Luciana citou.
Mas como um “galho torto” pode se endireitar? “Nascemos pela vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável. Mas ao longo de nossas vidas, por inúmeros motivos, podemos nos perder em nossos propósitos — ficamos tortos”, respondeu ao reforçar a analogia.
“O galho que nasce torto, contudo, se for tratado poderá produzir. Deus vê o coração, Ele esquadrinha os pensamentos e, mais que tudo, Ele nos ama de forma inexplicável e perdoa, transformando aquilo que parecia impossível em algo fantástico”, continua.
Como abandonar a soberba
“As experiências vividas pelo personagem Soberbo da Silva, muitas vezes até bem humoradas, certamente farão o leitor refletir sobre as suas próprias experiências vividas”, disse a autora.
“Assim chegamos ao movimento de autoconhecimento. Saber quem somos é o primeiro passo para uma vida mais saudável. Por mais que doa, precisamos entender quem somos e sermos capazes de dar as mãos ao perdão, e nos alimentar de um pouco do amor”, explica.
“Não existe solução pronta, pois não somos perfeitos, porém o livro termina com uma palavra de esperança. Vai dar tudo certo e você poderá dizer que está tudo bem quando procurar a pessoa certa: Deus”, encorajou.
“Precisamos aprender que o fim é só no fim mesmo e a vida não é novela. A ideia é fazer uma ligação direta com cada um de nós, trazer a questão da soberba para uma versão comum e inevitável. Galho torto pode, sim, crescer e dar bons frutos”, conclui a autora.
Luciana Menezzes. (Foto: Divulgação)
Sobre a autora
Luciana Menezzes é formada em turismo, administração e teologia, e foi professora de música por 18 anos.
Ganhadora do prêmio Talentos do Banco do Brasil 2019, na categoria entretenimento, agora estreia na literatura com a obra Diário de um Soberbo. Com foco total na carreira de escritora, quer incentivar outras pessoas a desenvolverem a habilidade da escrita.
O livro é inspirado em grandes nomes da literatura cristã e autoajuda, como Max Lucado e Augusto Cury. Luciana traz citações e embasamento bíblico ao enredo, mas garante que a leitura não contém aspecto evangelista, por isto é indicada a todos.