Pelo menos 500 pessoas foram assassinadas em novos ataques realizados pelos 'pastores Fulani' em mais de 10 aldeias no norte da Nigéria.
Segundo informações da agência humanitária 'Christian Solidarity Worldwide (CSW)', as aldeias em Agatu permanecem vigiadas pelos pastores muçulmanos. Os mais recentes ataques aconteceram logo depois que as forças de segurança expulsaram o grupo de mais cinco comunidades por eles ocupadas no estado de Benue.
O Chefe Elias Ekoyi Obekpa, líder da tribo Idoma, no Estado de Benue, divulgou os últimos ataques.
O senador David Mark, que representa a área e que visitou a região de Agatu no mês passado, disse que pelo menos 500 pessoas morreram durante os ataques. Ele acrescentou: "Todas as escolas primárias e pós-primárias, centros de saúde, centros de culto, bem como a estação de polícia na área foram incendiadas".
A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Angele Dikongue-Atangana também visitou a área.
Ela disse que, em 20 anos de trabalho na ajuda humanitária, ela "nunca havia visto tal nível de destruição".
Ela chamou a atenção nacional e internacional para os ataques, e disse que os aldeões precisam de ajuda externa para reconstruir suas comunidades.
Ataques realizados pelos 'pastores Fulani' também estão ocorrendo em áreas do estado de Benue, povoadas pela tribo Tiv.
No de abril, o padre Aniako Celestine, da Igreja Católica Ukana de São José, no estado de Enugu foi sequestrado por 'pastores Fulani' enquanto viajava para sua casa em Ezeagu. Os sequestradores usaram o telefone celular do padre para exigir um resgate 35.500 libras por sua libertação.
Combate
Os defensores de um projeto de lei atualmente proposto na Assembleia Nacional da Nigéria, que estabeleceria as reservas de pastagem e rotas de ações em todo o país, afirmam que a proposta traria um fim à violência envolvendo pastores Fulani. No entanto, opositores da lei dizer que o projeto implicaria na tomada de terras ancestrais de comunidades históricas e avisam que a criação de rotas de ações que ligam as reservas de pastagem em todo o país sem nenhuma provisão adicional para a segurança aumentaria as brechas para crimes.
Mervyn Thomas, chefe executivo da 'Christian Solidarity Worldwide', disse: "É preocupante ouvir que as comunidades em Agatu ainda estejam vigiadas após semanas do envio de forças de segurança para lá. A zona geográfica, a escala de violência envolvendo pastores Fulani e a proliferação de armas de pequeno porte, indicam que que este quadro sofreu uma mutação muito além da concorrência inter-comunal de recursos em uma ameaça significativa para a segurança nacional".
"Enfrentar esta violência deve se tornar uma prioridade, com ataques sendo prevenidos por uma efetiva defesa das comunidades sitiadas, bem como de pastores que são vítimas legítimas de roubo de gado, assassinato, estupro e destruição de propriedade pessoal. Consequentemente, os autores devem ser presos, desarmado e processados, a fim de combater a ilegalidade e impunidade de seus atos".