Cristãos moçambicanos se reuniram para orar por proteção divina nas igrejas atingidas pelo ciclone Idai neste domingo (24), diante do aumento do número de mortes provocadas pelo fenômeno que devastou o sul da África.
“Pedimos a Jesus para nos proteger, para que isso não aconteça novamente”, disse a sobrevivente Maria Domingas, de 60 anos, que viu árvores atingindo sua casa e água inundando seu quarto.
O ciclone Idai atingiu a cidade da Beira com ventos de até 170 km/h, antes de seguir para o Zimbábue e o Malawi, destruindo casas e matando pelo menos 656 pessoas.
O número de mortos em Moçambique subiu de 417 para 446, informou um ministro do governo no domingo. No Zimbabué, as agências das Nações Unidas emitiram balanços diferentes de 259 e 154, enquanto 56 pessoas morreram no Malawi.
Na Igreja Universal da Beira, evangélicos se reuniram no pátio por causa dos fortes danos provocados pelo ciclone. O telhado de chapa de metal desmoronou e a congregação está repleta de entulho.
Mesmo com o cenário devastador, os cristãos levantaram os braços para o céu e se uniram em oração. “Você pode ver a força em seus olhos”, disse o pastor de 36 anos, conhecido como Júnior. “A partir de hoje, estamos aguardando”.
Enquanto conduzia o culto com cerca de 150 pessoas, um pedaço de telhado se soltou parcialmente por causa do vento.
“Somente com Deus podemos seguir em frente”, disse Rosa Manuel, 59 anos, que perdeu uma casa que ela havia construído para alugar.
Ações emergenciais
O ministro do Meio Ambiente de Moçambique, Celso Correia, disse que o ciclone afetou 531 mil pessoas em seu país. Cerca de 110 mil pessoas estão em campos improvisados. Helicópteros e barcos resgataram algumas pessoas que ficaram presas durante dias em telhados e árvores.
Uma das preocupações é o aumento de risco de doenças. “Teremos cólera, teremos malária. É inevitável nessa situação, então o governo já está abrindo um centro de tratamento de cólera”, disse Correia aos repórteres.
Sebastian Rhodes Stampa, do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse que a situação humanitária está melhorando gradualmente.
“Todos os dias a água recua, alcançamos mais pessoas. Todos os dias as estradas se abrem, temos melhor acesso e podemos fazer entregas com mais volume”, disse ele.
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