Terrorismo: Cristãos são decapitados pelo Estado Islâmico em Moçambique

Pelo menos 9 cristãos foram sequestrados e assassinados pelo grupo extremista islâmico na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Fonte: Guiame, com informações do MEMRI e Barnabas AidAtualizado: quinta-feira, 31 de julho de 2025 às 13:09
Estado Islâmico em Moçambique exalta ataques a cristãos e a queima de igrejas. (Imagem: Reprodução/Barnabas Aid)
Estado Islâmico em Moçambique exalta ataques a cristãos e a queima de igrejas. (Imagem: Reprodução/Barnabas Aid)

O Estado Islâmico da Província de Moçambique (ISMP) intensificou, entre os dias 22 e 27 de julho de 2025, sua ofensiva violenta na região de Cabo Delgado, ao norte do país.

O grupo reivindicou a autoria de diversos ataques direcionados tanto a comunidades cristãs quanto a forças de segurança locais.

Em Cabo Delgado pelo menos nove cristãos foram mortos em ataques separados pelos insurgentes islâmicos.

A pior atrocidade ocorreu em 22 de julho, quando integrantes do Estado Islâmico de Moçambique (EI-M) capturaram e decapitaram seis cristãos da aldeia de Natocua, distrito de Ancuabe.

Mais três pessoas foram mortas no distrito de Chiure em ataques nos dias 24 e 25 de julho.

Insurgência violenta

Desde 2017, o EI-M tem conduzido uma insurgência violenta na província de Cabo Delgado, marcada por ataques brutais que já resultaram na morte de milhares de civis.

Os insurgentes também exigiram que os cristãos pagassem uma taxa jizya como sinal de submissão ao autoproclamado califado.

O EI-M mantém vínculos estreitos com a Província da África Central do Estado Islâmico (ISCAP), anteriormente identificada como Forças Democráticas Aliadas.

Esse grupo extremista foi responsável pela morte de ao menos 34 cristãos durante um culto realizado no nordeste da República Democrática do Congo, no domingo, 27 de julho.

Ambos os grupos operam sob a coordenação do Escritório Al Karrar, núcleo estratégico do Estado Islâmico situado na Somália.

Essa estrutura é liderada por Abdulqadir Mumin, figura que alguns analistas apontam como possível comandante global do movimento extremista, conhecido por diferentes siglas como EI, ISIS, ISIL ou Daesh.

Relatório sobre Cabo Delgado

Segundo o MEMRI, que se dedica a monitorar, traduzir e analisar conteúdos de mídia do Oriente Médio, o grupo extremista IS-M afirmou ter decapitado quatro cristãos, além de incendiar casas e igrejas em diferentes vilarejos da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Os ataques ocorreram entre os dias 15 e 18 de julho de 2025, e foram divulgados por meio de canais de propaganda ligados ao Estado Islâmico.

O grupo também afirmou que, em 24 de julho, agentes do ISMP atacaram a aldeia cristã de Ntunhan, em Chiure. Durante o ataque, os agentes mataram um cristão e incendiaram várias casas.

No dia 25 de julho, a agência de propaganda A’maq, vinculada ao Estado Islâmico, publicou um vídeo que mostra o ataque ao posto policial na vila de Chiure Velho, norte de Moçambique.

Nas imagens, combatentes fortemente armados invadem o local, saqueiam o arsenal e libertam um prisioneiro descrito como “muçulmano”.

O registro encerra com uma declaração de um dos militantes, que ameaça novas ofensivas e conclama os muçulmanos a aderirem à jihad, abandonando o que chamam de “terra da descrença” rumo à “terra do Islã”.

Outra declaração do mesmo o grupo, em 26 de julho, afirma que agentes do ISMP capturaram e depois decapitaram dois moradores cristãos na aldeia de Nabala.

No dia anterior, agentes do ISMP teriam realizado um ataque com IED contra forças do exército moçambicano no distrito de Macomia, desativando um veículo blindado e ferindo seus passageiros.

Expansão terrorista

Os atentados promovidos pelo Estado Islâmico (ISIS) contra comunidades cristãs em Moçambique, na República Democrática do Congo (RDC) e na Nigéria continuam a fortalecer a narrativa expansionista do grupo no continente africano.

Em 26 de junho de 2025, a organização divulgou a edição 501 do seu boletim semanal Al-Naba', acompanhada por um infográfico que sintetiza a chamada “colheita de operações” realizadas ao longo do ano islâmico de 1446 (7 de julho de 2024 a 26 de junho de 2025).

O relatório afirma que 4.943 pessoas foram mortas ou feridas nesse período, entre elas 1.480 indivíduos identificados pelo grupo como “cruzados”, uma referência direta aos ataques a comunidades cristãs nos três países mencionados.

As ações fazem parte de uma escalada de violência religiosa e territorial promovida pelo grupo na região, que já enfrenta instabilidade há anos.

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