Uma vez escrevi um artigo intitulado “Um cabo eleitoral muito poderoso”. Falava de quem pede voto se apresentando por aí como “escolhido de Deus”. Faz uns cinco anos desde que o texto foi publicado, mas, infelizmente, ainda é atual.
Poderia dizer do quanto esse argumento é usado pra esconder falta de propostas e de trabalho. Mas é justamente esse o meu ponto: quem faz isso dissocia a fé das obras. E aí, cai em contradição. Fé sem obras é morta. E, pra mim, política que não muda a vida das pessoas também. Minha fé, enquanto homem público, é decisiva, sim. Mas não pra servir de palanque. Ela tem de produzir frutos.
Por toda a história, encontramos o testemunho de cristãos que foram usados para transformação social: pastor Martin Luther King, reverendo Demond Tutu, Willian Wilberforce, Dietrich Boenhoffer são exemplos de gente pra quem a fé nunca foi discurso e sempre foi ação.
Por isso, é minha fé que me motiva a fazer o que faço. É ela que conduz as leis contra a injustiça. É ela que me faz buscar ser “luz” pra mudar a realidade de quem mais precisa e “sal” para impedir o rebaixamento moral. É ela que me faz não negociar meus posicionamentos.
Por isso também é que tenho um compromisso com minha fé. Isso vale mais do que ser situação ou oposição, isso é maior do que qualquer posição ou convenção política. Há muito por ser feito, é verdade. Mas a fé que professo é a do grão de mostarda que remove montanhas.
- Carlos Alberto Bezerra Jr.