Um cristão de uma igreja doméstica em Shenzhen, na China, foi preso após compartilhar um áudio nas redes sociais, expondo a má gestão da pandemia pelo governo comunista.
De acordo com o International Christian Concern (ICC), Yan Zhihong traduziu e compartilhou no WeChat um áudio de um cidadão alemão discutindo com seu comitê residencial em Xangai, onde o isolamento social foi imposto por mais de um mês.
No áudio, que viralizou na web, o alemão protesta contra as medidas e se recusa a ir para uma ala de isolamento, a menos que as autoridades locais o submetam ao teste de Covid-19 e comprovem que ele está positivado para a doença.
Membro da Shenzhen Trinity Gospel Harvest Church, Yan ficou desaparecido por dias até que sua família soube que ele havia sido detido pela polícia no dia 25 de abril, sob a acusação de “subversão e poder estatal”.
Apesar de Yan não ter sido o único a compartilhar o áudio que critica o governo chinês e não conhecer o homem alemão, o cristão foi acusado de conspiração com forças estrangeiras.
A esposa de Yan também foi ameaçada pelas autoridades e teve que assinar um termo de confidencialidade. Outros membros da Shenzhen Trinity, que trabalham gerenciando contas públicas do aplicativo de mensagens WeChat, começaram a ser questionados pela polícia.
O pastor da igreja de Yan, Mao Zhibing, enviou ao ICC, organização cristã que monitora a perseguição no mundo, um pedido de oração para a libertação do cristão e por sua família. A previsão é que Yan permaneça na prisão até o dia 11 de maio.
Confinamento prolongado
A dura política da China no combate a Covid-19 tem prolongado o isolamento social da população. Desde o final de março, quando o número de casos aumentaram em Xangai, milhões de chineses estão confinados em suas casas.
Com as taxas de infecção aumentando fora das áreas de quarentena, o governo comunista anunciou que as restrições continuarão. Segundo a Mission Network News, os cristãos estão lutando em todo o país.
É um verdadeiro desafio para as igrejas; algumas não se reúnem há algum tempo”, relatou Kurt Rovenstine, líder da organização cristã Bibles for China, que envia exemplares das Escrituras ao país. “Nosso pessoal disse que eles não conseguem tomar Santa Ceia há mais de 2 anos”.
Ocupando o 17º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, a China tem exercido extrema pressão sobre aqueles que seguem a Cristo. Está ficando cada vez mais difícil para a Igreja na China tentar se alinhar à ideologia oficial.