Terroristas do Estado Islâmico invadiram a aldeia de Naquitenge, no distrito de Mocímboa da Praia, no Norte de Moçambique, no dia 14 de setembro.
De acordo com a Portas Abertas, eles enganaram os moradores: “Quando chegaram, os militantes convocaram uma reunião com toda a comunidade. As pessoas do vilarejo não sabiam que eles eram terroristas”, explicou um contato local que perdeu o sobrinho no ataque.
“Depois da reunião, os cristãos foram separados dos muçulmanos, com base no nome de cada um, e então eles atiraram nos cristãos”, continuou.
‘Foi o ataque mais perverso’
Uma vítima, cujo parente conseguiu escapar do ataque, contou que “eles massacraram as pessoas com tiros. Algumas ficaram feridas, mas fugiram para a floresta. Foi o ataque mais perverso de que já ouvimos falar”, disse.
Segundo Ricardo (nome fictício por motivos de segurança), um parceiro local da Portas Abertas, 12 cristãos foram assassinados no ataque. “Cinco mulheres cristãs estavam amarradas e presas em uma casa. Os jihadistas incendiaram o local. Todas elas morreram e a casa ficou completamente destruída”, relatou.
“Os outros sete cristãos foram atingidos pelos tiros e morreram imediatamente. Além deles, outras pessoas ficaram feridas ou fugiram para a floresta”, acrescentou.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque por meio de canais de mídia dos extremistas.
Cristãos são vítimas de assassinatos e sequestros
A luta entre os extremistas e as Forças Armadas de Moçambique, apoiadas por tropas militares regionais, já ceifou a vida de milhares de pessoas e tornou mais de um milhão de vítimas em deslocados internos.
Ao menos dois milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária emergencial nas áreas de conflito. O Ministro da Defesa de Moçambique disse aos jornalistas que a morte pode ter sido uma retaliação pela execução do líder do grupo extremista e de dois líderes eméritos da organização pelas Forças Armadas, em agosto deste ano.
Desde 2017, o grupo extremista islâmico Ahlu-Sunnah wal Jama’ah, aliado do Estado Islâmico, vem causando insurgências na província de Cabo Verde. Dada a situação crítica, os EUA impuseram recentemente sanções à organização terrorista e a seus líderes.
Cristãos são vítimas de assassinatos e sequestros, além da destruição de igrejas e outras propriedades. O país está entre os 50 mais perigosos para cristãos da Lista Mundial da Perseguição 2023, ocupando o 32° lugar. A organização pede orações pelas famílias enlutadas.