No domingo (15), 17 cristãos foram mortos e 39 ficaram feridos em um ataque a bomba durante um culto em uma igreja pentecostal em Kasindi, no leste da República Democrática do Congo.
De acordo com a emissora Deutsche Welle (DW), vídeos postados nas redes sociais mostraram um cenário devastador no local, com corpos nos bancos e sangue no chão.
Outra imagem mostrou vítimas sendo carregadas para fora do templo e socorridas por pessoas que passavam na rua.
Segundo o morador local Alain Kitsa, crianças estão entre as vítimas do ataque extremista. "Acabei de voltar do local, onde vi os corpos de crianças no chão", relatou ele ao DW, acrescentando que o clima na cidade está tenso.
O Exército congolês afirmou que o autor do atentado foi o grupo rebelde Forças Democráticas Aliadas (ADF), que o Estado Islâmico (EI) reivindica como sua afiliada na África Central.
"Apesar das medidas de segurança implementadas, as primeiras indicações mostram que é o ADF que está por trás deste ataque a bomba", afirmou o porta-voz do Exército, Antony Mualushayi.
O Estado Islâmico revindicou o ataque à igreja pentecostal em Kasindi. A cidade, que faz fronteira com Uganda, fica a cerca de 8 quilômetros de Beni, onde o ADF está ativo.
O governo do Congo enviou as suas "mais profundas condolências" às famílias enlutadas, em um comunicado. A missão da ONU no país condenou o ataque, classificando como “covarde e desprezível".
Grupo rebelde aliado ao EI
As Forças Democráticas Aliadas é um grupo islâmico formado na década de 1990. Em 2019, a ADF jurou fidelidade ao EI e, nos últimos dois anos, foi acusada de diversos ataques a centenas de civis.
A República Democrática do Congo foi adicionada na Lista de Nações Hostis ao Cristianismo da Voz dos Mártires (VDM), organização que monitora a perseguição no mundo.
Igreja perseguida no Congo
Segundo a VDM, a Igreja que atua nas regiões orientais do país está “sob imensa pressão”, enquanto grupos islâmicos perseguem os cristãos de forma severa, invadindo aldeias, destruindo igrejas e matando brutalmente centenas de fiéis.
Embora o governo congolês esteja lutando contra esses grupos terroristas, os cristãos não recebem atenção suficiente, por conta de suas diferentes crenças religiosas.
O Congo ocupa a 40º posição na Lista Mundial da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas.