O cantor e missionário Marcos Freire está clamando por ajuda para amparar cerca de 200 crianças, a maioria órfãos da guerra civil que assola a República Democrática do Congo.
Na terça-feira (10), em seu Instagram, Marcos mostrou um campo de refugiados, onde cerca de 2 mil famílias sobrevivem em situação de extrema pobreza, na cidade de Goma, a leste do país.
Formada principalmente por mulheres e crianças, os deslocados fugiram da guerra entre os rebeldes do grupo M23 e as forças do governo, que acontece a apenas 30 km da região.
Segundo o missionário, há milhares de campos de refugiados no Congo, onde as pessoas vivem em pequenas barracas improvisadas, sem alimentação e água.
Uma equipe da ONG Baluarte, fundada pelo cantor, esteve no campo de refugiados de Goma e testemunhou de perto as necessidades emergentes dos deslocados.
“Com muita prudência e cautela, conseguimos um contato para entrar em um dos campos”, contou Marcos, em vídeo no Instagram.
“Precisamos de muita ajuda, precisamos fazer muita coisa. Não dá para falar muito, mas vocês conseguem ver a situação que eles estão morando aqui. Precisamos ajudar rápido”, destacou ele.
Em conversa com Marcos, um refugiado que está morando no campo, relatou que os deslocados fugiram do grupo rebelde M23 e que o maior problema que enfrentam agora é a fome.
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Risco
“Não é exagero, aqui todos estão correndo risco de vida, inclusive nós por nos expormos em vir aqui, pois a guerra está em toda a redondeza em Goma”, relatou o cantor.
De baixo de uma chuva fina, o missionário parou no meio do campo de refugiados e pregou sobre esperança.
“Deus abençoe vocês em nome de Jesus, eu sei que vocês estão vivendo um grande problema! Não tenham medo, não voltem para trás, porque Deus está aqui. Deus não está somente ao nosso lado, mas Deus está dentro de nós, acreditem!”, declarou Marcos.
Após a ministração, os refugiados louvaram a Deus com palmas, mesmo em meio às suas dificuldades.
Construção de escola para órfãos
Para amparar os cerca de 200 órfãos de guerra que vivem no campo de refugiados, a missão Baluarte está planejando construir uma escola em Goma.
O projeto vai oferecer educação gratuita e alimentação para as crianças, que não possuem acesso ao ensino e nunca estudaram. A ONG também vai implantar uma base missionária na cidade.
Para isso, será preciso comprar um terreno em um local seguro, com um custo médio de 70 mil dólares e a montagem da estrutura da escola, com um investimento previsto de 40 mil dólares.
“Talvez nós não mudaremos a realidade do Congo, mas a realidade diária de algumas pessoas nós podemos sim mudar. Então, estamos aqui como Baluarte para fazer algo e contamos com vocês”, declarou Marcos Freire.
Conforme o cantor, a ONG parceira, Fraternidade sem Fronteiras, irá construir um orfanato ao lado da escola da Baluarte.
Doações para o projeto podem ser enviadas pelo pix [email protected] ou através do site baluartenomundo.org/doe.
Guerra civil no Congo
Há mais de um ano, o leste do Congo é devastado pela guerra civil entre o grupo rebelde M23, milícias e as forças do governo.
A população luta para sobreviver em meio à violência, fome e falta de água. Conforme a ONU, mais de 5 milhões de pessoas foram deslocadas devido ao conflito.
Em entrevista ao Guiame, Marcos relatou que os rebeldes do M23 espalham o terror entre os civis enquanto tomam territórios na região, matando e também recrutam crianças e adolescentes para lutar no conflito.
“Eles vão em suas casas, matam suas famílias nos vilarejos, para dominar o lugar. Pegam as crianças e ensinam a matar, muitas são obrigadas a matar os próprios familiares. O grupo tem crescido e é extremamente perigoso. A guerra está aí, todo dia morrem milhares”, disse o missionário.
Ocupando a 40º posição na Lista Mundial da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas, a República Democrática do Congo é de maioria cristã, segundo Marcos.
Ele enfatizou que o povo congolês é aberto ao Evangelho. “Boa parte deles são cristão e amam o Senhor. Não se tem resistência, quando você fala que é um líder religioso, eles respeitam demais e abrem o coração. Eles sabem que Deus, de algum modo, vai tirá-los dessa condição que estão vivendo”, afirmou.
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