No final do ano, 120 famílias cristãs foram despejadas de um campo de refugiados, em Bagdá, no Iraque, de acordo com informações do International Christian Concern (ICC).
Os refugiados eram, em sua maioria, de Mosul, e estavam vivendo ali desde 2014, quando o ISIS (sigla usada para o Estado Islâmico no Iraque e na Síria) invadiu suas terras, comprometendo o futuro da Igreja naquela cidade.
Embora o ISIS tenha sido declarado militarmente derrotado em 2017, a maioria dos cristãos se recusa a voltar para casa em Mosul, sentindo-se mais seguros no acampamento.
Motivo do despejo
Embora o despejo não tenha sido justificado especificamente por motivos religiosos, é bem provável que essa tenha sido a motivação, já que a perseguição aos cristãos continua acontecendo em nível extremo no país.
Conforme o Vatican News, as famílias cristãs foram “despejadas das precárias moradias por conta de projetos de desenvolvimento urbano da capital iraquiana”.
A ordem foi dada pela Diretoria de Investimentos de Bagdá, com a justificativa de que ali seria construído um centro comercial.
Solução para as famílias cristãs despejadas
O patriarca caldeu, Louis Raphael Sako, que chegou a visitar os refugiados do campo de Bagdá, em outubro, encontrou uma solução para as famílias cristãs que não tinham para onde ir.
Ele decidiu reformar as estruturas do ex-seminário caldeu, situado no bairro de Makanik, em Dora, periferia ao sul de Bagdá. A estrutura, abandonada há uma década, já havia acolhido deslocados de outras cidades.
Agora, um trabalho de reestruturação e manutenção está sendo realizado com a contribuição de um engenheiro. As obras de restauração, segundo informações do patriarcado caldeu, abrangeram também a igreja do ex-seminário.
O bairro de Dora já contou com uma população de cerca de 150 mil cristãos, em 2003. Porém, devido à guerra e também intolerância à Igreja por parte de extremistas muçulmanos, houve um verdadeiro êxodo da população cristã local.
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