Uma jovem cristã foi presa e condenada a cinco anos de reclusão, após postar uma foto de seu batismo no Facebook, na Somalilândia, uma região autônoma da Somália.
Hani, uma muçulmana de 20 poucos anos, conheceu o Evangelho através de colegas cristãos, enquanto estudava na Etiópia, em outubro de 2021.
Um cristão na Somalilândia, que chegou a ser preso por se converter do islã para o cristianismo, discipulou Hani quando ela retornou ao país.
“Hani voltou para a Somalilândia em junho e estava procurando desesperadamente a verdade sobre o cristianismo. Ela tinha ouvido falar de Cristo de seus amigos na Etiópia, e uma fome pela verdade se desenvolveu nela. Pela graça de Deus, ela estava conectada a nós”, contou ele, ao International Christian Concern (ICC).
E continuou: “Depois de nossa libertação da prisão no ano passado, nos tornamos ainda mais ousados em pregar o evangelho, pois nossas famílias e amigos conhecem nossa fé. Explicamos o evangelho a Hani em detalhes e também a informamos sobre os riscos envolvidos em deixar o Islã e seguir a Cristo”.
Na Somalilândia, deixar o islamismo e se converter a fé cristã é crime passível de prisão. Mesmo sabendo do risco que corria, Hani decidiu que seguiria a Cristo e seria batizada.
“Deixamos claro que ela enfrentaria séria rejeição por parte de sua família e perseguição dos muçulmanos. Ela disse que havia mais esperança em Cristo do que seguir os ensinamentos do Alcorão e que não consideraria ser aceita pela família e perderia a vida eterna. Oramos por sua salvação e pedimos ao Senhor para protegê-la”, relatou seu discipulador.
A jovem manteve sua conversão em segredo da família muçulmana e foi batizada por uma igreja clandestina.
Porém, Hani postou uma foto de seu batismo no Facebook, sua família viu e a denunciou à polícia.
“Ela foi presa e levada para a prisão sob a acusação de conversão. Foi prometida sua liberdade se ela renunciasse a Cristo. Hani se recusou a fazer isso”, disse o discipulador.
Condenado por seguir a Jesus
Em agosto deste ano, um tribunal em de Hargeisa, capital da Somalilândia, condenou a jovem a cinco anos de prisão, após ela confessar que se converteu a Jesus.
“Perante o tribunal, Hani não negou que era cristã, então ela foi considerada culpada de blasfêmia e não teve a opção de fiança. Atualmente, ela está cumprindo sua sentença. A conta dela no Facebook também foi retirada do ar”, disse o cristão.
E explicou: “A Somalilândia está tentando manter tudo em segredo porque eles sabem que isso pode interferir no processo de tentar obter reconhecimento internacional como um país independente da Somália”.
Os cristãos na Somalilândia estão intercedendo por Hani. Embora eles orem por sua libertação, a igreja teme que ao voltar para casa, ela seja morta pela própria família.
“Estamos apelando ao tribunal para ouvir o caso de Hani novamente e libertá-la. Também oramos para que Deus lhe dê um lugar seguro assim que ela sair da prisão, para que ela possa crescer espiritualmente e continuar com sua vida”, afirmou o discipulador.
Situação da Igreja na Somália
A Somália ocupa o 3º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022, onde a opressão islâmica é um dos principais responsáveis pela hostilidade aos cristãos. Admitir publicamente a fé é muito difícil e pode resultar em assédio, intimidação e morte.
O país praticamente se transformou em um centro para o islamismo militante e lar de terroristas, de acordo com a Portas Abertas. Quem nasce na Somália é considerado um muçulmano. Abandonar a religião nacional é praticamente um crime.
Não há perspectiva de melhoras, pelo contrário, nos últimos anos a situação parece ter piorado na Somália. Os militantes islâmicos intensificaram os ataques aos cristãos, principalmente aqueles em posição de liderança. Mesmo assim, os poucos cristãos somalis continuam firmes em sua fé, apesar de tantas dificuldades.