No início desta semana, no dia 1° de abril, a República do Irã completou 45 anos. A Portas Abertas conta que, em meio à celebração nacional, veio a notícia da prisão de mais um líder cristão.
“Hossein Sha’bani, conhecido como Youhana, foi acusado de “atividades de ensino contrárias à santa religião do islã ao compartilhar falsas doutrinas religiosas” por liderar uma igreja cristã no Irã”, compartilhou a organização.
O cristão, de 47 anos, foi informado sobre as acusações pelo promotor da delegacia em Karaj, uma cidade próxima a Teerã, capital do Irã. Hossein é casado e tem dois filhos pequenos e havia sido interrogado durante três horas por agentes da Inteligência Iraniana algumas semanas antes da condenação.
Realidade dos cristãos no Irã
Após as acusações, Houssein foi obrigado a pagar uma fiança de 300 milhões de tomãs (aproximadamente 3.500 dólares) para ser liberto. A fiança, no entanto, não significa que Hossein foi inocentado.
As acusações permanecem e ele continua sob o risco de ser interrogado ou preso novamente pelo mesmo motivo ou razões similares. “Essa realidade não se restringe a Hossein, mas a inúmeros líderes cristãos atualmente no Irã”, disse a Portas Abertas através de seu site.
A organização pede orações pelos seguidores de Jesus que continuam presos e por liberdade para cultuar, orar e servir a Deus na nação que faz parte dos 10 países mais perigosos para cristãos da Lista Mundial da Perseguição 2024.
Luta pela liberdade religiosa no Irã
Conforme a Artigo 18 — organização que luta pela liberdade religiosa no Irã e defende os cristãos perseguidos — em novembro do ano passado, o Comitê dos Direitos Humanos da ONU apelou ao Irã para “revogar ou alterar” o Artigo 500, que um membro do comitê disse permitir “maior supressão da liberdade religiosa e da liberdade de expressão, especialmente para as minorias religiosas”.
O Comitê afirmou que os iranianos de todas as religiões devem poder “manifestar a sua religião ou crença sem serem penalizados” e que os membros de minorias religiosas não reconhecidas devem ser “protegidos contra o assédio, a discriminação e qualquer outra violação dos direitos humanos”.
“O Irã deve libertar imediatamente os presos por exercerem o seu direito à liberdade de religião ou crença e garantir que lhes seja fornecida compensação adequada", afirmou o Comitê.
O novo relatório anual da Artigo 18 , divulgado um dia antes das acusações de Youhana serem pronunciadas, revelou que pelo menos 166 cristãos foram detidos e 21 encarcerados no ano passado como resultado da sua fé ou atividades religiosas.