O Ministério da Inteligência do Irã decretou a prisão de 114 cristãos na última semana, além de outras 28 prisões em novembro. A onda de detenções faz parte da tentativa do governo de “alertar” os cristãos sobre a proibição de compartilhar sua fé durante o Natal.
As 142 prisões foram anunciadas em 1 de dezembro pela agência de notícias iraniana Mehr News Agency, que atua como porta-voz do governo.
A maioria dos detidos foi liberada depois de algumas horas e até mesmo dias, em alguns casos. Os suspeitos de serem líderes dos grupos permanecem detidos. Todos foram forçados a entregar seus celulares e orientados a aguardar uma ligação do Ministério da Inteligência do Irã.
Mansour Borji, diretor da organização Article 18, relatou que os cristãos foram convidados a escrever detalhes de suas atividades cristãs e receberam a instrução de não ter mais contato com quaisquer outros cristãos. Fontes anônimas disseram que vários detidos seriam acusados de propaganda contra o regime islâmico.
Mike Ansari, da organização Heart4Iran, também disse à International Christian Concern que a maioria dos detidos foi coagida a divulgar informações sobre suas atividades domésticas e seus amigos, sob ameaça de processo criminal ou prisão de familiares.
Crescimento do cristianismo no Irã
As prisões são respostas ao crescimento exponencial do cristianismo no país de maioria muçulmana, segundo Hormoz Shariat, presidente e fundador do ministério Iran Alive.
“Enquanto o cristianismo cresce rapidamente no Irã, o governo islâmico e o clero no poder estão alarmados. Sua única estratégia para desacelerar este crescimento é através de uma campanha de medo, violência e intimidação”, observou. “A perseguição no Irã pode aumentar à medida que o governo islâmico se sentir ameaçado pela disseminação do cristianismo entre os muçulmanos”.
Em comparação com cerca de 500 cristãos declarados em 1979, existem hoje cerca de 500 mil, podendo chegar até 1 milhão de crentes secretos. De acordo com o Ministério Elam, mais iranianos se tornaram cristãos nos últimos 20 anos do que nos 13 séculos anteriores, desde que o Islã chegou no país.
Em 2016, a organização Operation World nomeou o Irã como a igreja evangélica que mais cresce no mundo. A segunda igreja que mais cresce está no Afeganistão, que tem sido alcançada, em parte, pelos iranianos devido à semelhança dos idiomas.