Mais de 30 cristãos são decapitados pelo Estado Islâmico em Moçambique

O grupo terrorista realizou uma série de ataques contra igrejas e comunidades cristãs nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, nas últimas semanas.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian Post e MEMRIAtualizado: segunda-feira, 6 de outubro de 2025 às 13:05
O Estado Islâmico divulgou fotos das execuções de cristãos em Moçambique. (Foto: Reprodução/MEMRI).
O Estado Islâmico divulgou fotos das execuções de cristãos em Moçambique. (Foto: Reprodução/MEMRI).

Mais de 30 cristãos foram decapitados por terroristas ligados ao Estado Islâmico em uma série de ataques recentes no Norte de Moçambique.

O grupo terrorista Província de Moçambique do Estado Islâmico (ISMP) atacou várias aldeias nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, matando cristãos e incendiando igrejas e casas.

Na semana passada, o grupo divulgou 20 fotografias gráficas de execuções, tiroteios e incêndios nas comunidades atacadas, segundo o MEMRI (Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio).

O ISMP reivindicou a autoria de vários ataques nas últimas semanas, incluindo a decapitação de dois cristãos em Chiure-Velho, no distrito de Chiure, em 25 de setembro.

Os terroristas também realizaram um ataque à vila de Nacocha, no distrito de Chiure, onde um cristão foi morto a tiro e duas igrejas foram queimadas, em 26 de setembro. No mesmo dia, eles atacaram a aldeia de Nacussa, também em Chiure, e incendiaram mais duas igrejas.

Em 28 de setembro, terroristas do ISMP invadiram a vila de Mahip, na província de Cabo Delgado, e queimaram 23 casas e uma igreja. No mesmo dia, militantes também atacaram a cidade de Macomia, matando quatro cristãos e roubando seus pertences.

No dia seguinte, o grupo terrorista capturou e decapitou um cristão em Macomia. Além disso, o ISMP se responsabilizou pelo ataque à vila de Nakioto, na província de Nampula, onde queimou uma igreja e mais de 100 casas de cristãos.

Em Nampula, os terroristas islâmicos ainda atacaram a aldeia de Minhanha, incendiando uma igreja e cerca de 10 casas de moradores cristãos.

Onda de violência

Segundo o The Christian Post, os ataques fazem parte de uma onda de violência que deslocou milhares de civis e provocou uma aliança de segurança entre Moçambique e Ruanda com o objetivo de combater o Estado Islâmico na região.

Desde janeiro de 2025, cerca de 95 mil pessoas foram deslocadas pela violência em Moçambique, somando-se aos mais de 1,3 milhão de deslocados desde o início do conflito em 2017.

Moçambique ocupa a 37ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

“Por favor, orem pelos que estão em necessidade. As orações são urgentes – e ações também. Orem por Cabo Delgado. Orem para que Moçambique se torne uma nação pacífica”, disse uma fonte da Portas Abertas.

Expansão terrorista

Os atentados promovidos pelo Estado Islâmico (ISIS) contra comunidades cristãs em Moçambique, na República Democrática do Congo (RDC) e na Nigéria continuam a fortalecer a narrativa expansionista do grupo no continente africano.

Em 26 de junho de 2025, a organização divulgou a edição 501 do seu boletim semanal Al-Naba', acompanhada por um infográfico que sintetiza a chamada “colheita de operações” realizadas ao longo do ano islâmico de 1446 (7 de julho de 2024 a 26 de junho de 2025).

O relatório afirma que 4.943 pessoas foram mortas ou feridas nesse período, entre elas 1.480 indivíduos identificados pelo grupo como “cruzados”, uma referência direta aos ataques a comunidades cristãs nos três países mencionados.

As ações fazem parte de uma escalada de violência religiosa e territorial promovida pelo grupo na região, que já enfrenta instabilidade há anos.

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