POPULAÇÃO: 206,1 milhões
CRISTÃOS: 95,3 milhões
RELIGIÃO: Islamismo e cristianismo
GOVERNO: República presidencialista
LÍDER: Muhammadu Buhari
POSIÇÃO: 9º na Lista Mundial da Perseguição
A Nigéria é um país da África Ocidental que já foi lar de vários estados e reinos pré-coloniais indígenas. Tornou-se uma federação formalmente independente em 1960. Viveu uma guerra civil de 1967 a 1970, seguida por uma sucessão de governos tanto democráticos quanto ditadores.
A nação abriga mais de 250 grupos étnicos, que falam 500 línguas distintas. As três maiores etnias são Hausa-Fulani, Yoruba e Lgbo. Esse estado multinacional apresenta uma grande variedade de culturas. A língua oficial é o inglês, escolhido para facilitar a unidade linguística a nível nacional.
O país tem a quinta maior população muçulmana do mundo e a sexta maior população cristã. Embora a Constituição nigeriana garanta a liberdade de religião, o país ocupa o 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição. Mais cristãos são assassinados por causa da fé, na Nigéria, do que em qualquer outro país.
Ataques violentos a cristãos
Há vários grupos extremistas que planejam ataques contra a Igreja no país, entre eles o Boko Haram, pastores de cabra fulanis, Estado Islâmico da África Ocidental e outros extremistas islâmicos que são mais comuns no Norte e Cinturão Médio da Nigéria.
Nesses ataques, os cristãos são assassinados ou têm as propriedades e meios de subsistência destruídos. Homens e meninos têm mais probabilidade de serem mortos. As mulheres e crianças ficam muito vulneráveis e são testemunhas vivas da ação dos agressores.
Os agentes dos ataques raramente são levados à justiça. As cristãs são frequentemente raptadas e agredidas sexualmente e, às vezes, forçadas a se casar com muçulmanos. A violência sexual é frequentemente usada como arma de perseguição por praticamente todos os grupos extremistas em ação.
Se as mulheres são libertadas, costumam ser rejeitadas pelas comunidades ou famílias e estigmatizadas por causa das experiências traumáticas. Em circunstâncias extremas, adolescentes são recrutadas à força para serem usadas como terroristas suicidas.
As viúvas são consideradas as mais baixas na hierarquia social. As mulheres cristãs cujos maridos foram assassinados por extremistas islâmicos frequentemente lutam para ter uma renda que seja suficiente para manter as necessidades básicas, como alimentação e moradia.
Homens e meninos cristãos são alvos específicos de assassinato pelos grupos extremistas islâmicos. Aqueles que sobrevivem podem ser sequestrados e forçados a lutar contra os “infiéis” – incluindo meninos recrutados à força para serem soldados mirins.
Essa segmentação de homens é uma tática que visa tirar o sustento de uma família cristã e reduzir a taxa de natalidade nessas comunidades. Além disso, os líderes da igreja também são particularmente vulneráveis a sequestros em troca de resgate.
Tentativa de islamização na Nigéria
A presidência de Muhammadu Buhari [desde 2015] viu um aumento acentuado nas tentativas de forçar a islamização do país, inclusive com a nomeação de muçulmanos para cargos governamentais importantes.
Muitos cristãos que são expulsos das aldeias e têm as fontes de sustento negadas são forçados a se tornarem deslocados internos, geralmente vivendo em acampamentos informais.
Dada a ocupação contínua das aldeias por pastores de cabra fulanis, a falta de apoio do governo, de educação adequada para os filhos e a alta vulnerabilidade dos deslocados, os cristãos continuam enfrentando perseguição mesmo após a brutalidade dos ataques iniciais.
Situação durante a pandemia por Covid-19
A perseguição aos cristãos aumentou e começou a se espalhar para outras partes do território. Nesse contexto, o governo parece não desejar proteger os cidadãos cristãos. Apesar da pandemia, os ataques extremistas islâmicos não diminuíram e os seguidores de Jesus isolados em casa ficaram ainda mais vulneráveis aos ataques radicais.
Os ataques violentos são mais predominantes no Norte e Cinturão Médio da Nigéria. Mas as tentativas do governo de islamizar o país são mais generalizadas, afetando até mesmo comunidades de maioria cristã no Sul. Os cristãos ex-muçulmanos são muito vulneráveis, especialmente em áreas regidas pela sharia (conjunto de leis islâmicas).