Pastor é condenado por receber livros cristãos para sua igreja, na China

QinDefu foi condenado a quatro anos de prisão por ter recebido cerca de 20.000 exemplares de livros cristãos.

Fonte: Guiame, com informações da China AidAtualizado: segunda-feira, 2 de dezembro de 2019 às 14:39
QinDefu foi condenado a quatro anos de prisão por ter recebido livros cristãos para serem usados na igreja que ajuda a liderar. (Imagem: Facebook)
QinDefu foi condenado a quatro anos de prisão por ter recebido livros cristãos para serem usados na igreja que ajuda a liderar. (Imagem: Facebook)

Um pastor da China foi condenado esta semana a quatro anos de prisão pelo tribunal comunista, em Chengdu. Segundo a organização cristã 'China Aid', QinDefu - que é membro da igreja 'Early Rain Covenant' - foi acusado de praticar "operações comerciais ilegais" por receber cerca de 20.000 livros cristãos para serem usados na congregação por ele liderada.

Uma página do Facebook criada para apoiar a igreja, que já vem sendo perseguida há anos pelo Partido Comunista Chinês postou em sua página do Facebook que a polícia voltou com a promessa de libertar Defu se sua família aceitasse um advogado nomeado pelo governo. Mas a sentença dada ao pastor contradiz a proposta feita pela polícia.

"A polícia renegou sua promessa feita anteriormente à família, de que, se aceitassem um advogado nomeado pelo governo, eles 'cumpririam as formalidades e depois o libertariam'. No julgamento do irmão Qin, soubemos que a acusação de 'operações comerciais ilegais' dizia respeito apenas a 20.000 livros para uso da própria igreja (a maioria deles eram pequenos folhetos do evangelho como "As Boas Novas que Você Não Quer Ouvir"), e o Pastor Wang Yi assumiu ativamente a maior parte da responsabilidade por isso em seu testemunho. Com base nisso, estimamos que o pastor Wang Yi será sentenciado a não menos de 10 anos de prisão", explicou a publicação.

Contextualização

A CBN News relatou anteriormente que os pastores da "Early Rain Covenant Church", Wang Yi e QinDefu foram detidos criminalmente por falsas acusações e seus advogados e familiares não puderam mais vê-los, mesmo depois de dez meses.

A casa do pastor Yi foi invadida e saqueada pela polícia no dia 9 de dezembro do ano passado. O ataque pode ter sido desencadeado por um manifesto de 7.300 palavras, intitulado "Meditações sobre a Guerra Religiosa", que o pastor Wang escreveu e postou nas mídias sociais.

No livro, ele condena o Partido Comunista da China e exorta os cristãos a realizarem atos de "desobediência civil".

O pastor Yi criticou o governo por forçar seus cidadãos a se envolverem em "adoração a César", tratando o presidente Xi Jinping como um deus. Ele escreveu que a ideologia comunista "é moralmente incompatível com a fé cristã e com todos aqueles que defendem a liberdade da mente e do pensamento".

Yi disse que a igreja continuará adorando a Deus apesar da perseguição.

"Mesmo que estejamos entre os cinco últimos, o culto e as reuniões continuarão porque nossa fé é real", explicou o pastor.

O Partido Comunista, que está no poder da China, instaurou uma repressão generalizada a todas as instituições religiosas nos últimos anos, incluindo a decisão de demolir igrejas e mesquitas, barrar crianças tibetanas de estudos religiosos budistas e encarcerar mais de um milhão de membros de minorias étnicas islâmicas no que são chamados de "centros de reeducação".

O líder do partido, o presidente Xi Jinping, ordenou que todas as religiões "sinicizem" para garantir que sejam leais ao partido oficialmente ateu.

Bob Fu escreveu no Facebook "Por favor, ore por liberdade e justiça. Senhor, perdoe esses malfeitores, porque eles não sabem o que fazem."

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