Os atentados terroristas cometidos contra duas igrejas em Lahore (Paquistão), no último domingo (15), deixaram 17 pessoas mortas e mais de 70 feridos. Com dois dias de tumultos causados pela revolta dos cristãos paquistaneses, a segurança de Youhanabad, maior bairro cristão de Lahore, foi reforçada por 5 mil policiais e paramilitares durante os velórios, nesta terça-feira.
O funeral das vítimas do ataque aconteceu em local público durante o dia. "Eu gostaria de dizer a estes terroristas que, se eles pensam que podem tirar de nós a fé, eles são mortais, e falta muito", disse o Pastor Manual de Mani. Os ataques à igreja foram condenados por representantes de todas as religiões no Paquistão.
A violência gerada pela multidão de cristãos revoltados também foi criticada. O grupo atirou pedras, bloqueou estradas e linchou dois homens, acusados de envolvimento no ataque. A família de um dos homens disse a um jornal paquistanês que ele era um lojista inocente e não tinha sido um militante.
A polícia de choque usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar manifestantes, na segunda-feira (16).
Os cristãos representam menos de 2% da população do Paquistão e muitos estão entre os mais pobres. Os membros da comunidade cristã dizem que os distúrbios são uma demonstração de raiva e frustração de uma comunidade que se sente desprotegida e abandonada pelo governo.