Pastor é baleado no Paquistão após se recusar a negar a fé cristã

O pastor Eleazar Sidhu contou que foi baleado depois que se recusou a recitar a profissão de fé islâmica e declarou a Bíblia.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: terça-feira, 5 de setembro de 2023 às 13:47
O reverendo Eleazar Sidhu foi baleado em Jaranwala, Paquistão. (Foto: Akmal Bhatti/Morning Star News)
O reverendo Eleazar Sidhu foi baleado em Jaranwala, Paquistão. (Foto: Akmal Bhatti/Morning Star News)

Um pastor foi baleado e ferido por extremistas muçulmanos na noite do último domingo (3) em Jaranwala, Paquistão. O incidente ocorreu uma semana depois que frases islâmicas foram escritas nas paredes do prédio de sua igreja.

O reverendo Eleazar Sidhu, pastor de uma igreja presbiteriana na aldeia de Kukranwala, em Jaranwala Tehsil, distrito de Faisalabad, contou que os agressores obrigaram ele a recitar o credo islâmico antes de ser baleado. 

Eleazar estava voltando para casa, na cidade de Rehmat, com um assistente, após visitas pastorais aos membros da igreja, quando dois homens pararam sua motocicleta perto do ponto de ônibus de Khanuwana.

“Um dos agressores sacou uma pistola e me pediu para recitar o Kalima Islâmico, [profissão de fé]. Quando recusei e comecei a recitar a Palavra de Deus, o homem atirou”, informou o pastor, em relatório.

Ele foi atingido no ombro e os extremistas fugiram após o ataque. 

O início das ameaças

Segundo o Morning Star News, no dia 28 de agosto um grupo vandalizou as paredes de sua igreja com frases islâmicas que diziam: “Maomé é o último profeta de Alá”, “Aqui estou ao seu serviço, ó Mensageiro de Alá” e “Vicky é maldito”, referindo-se ao apelido do pastor de 34 anos.

“Eu estava conduzindo as orações matinais na igreja quando um membro me informou que alguém havia pichado as paredes. Chamamos imediatamente a polícia e registrei um caso contra vândalos desconhecidos”, disse ele.

O pastor Sidhu afirmou que recebeu ameaças depois que a polícia o ajudou a remover a pichação:

“Três dias depois, quando eu voltava para casa depois de pegar meu filho na escola, fomos parados por alguns homens não identificados. Eles me ameaçaram, dizendo que eu seria ‘excluído do mundo’ da mesma forma que removi os grafites das paredes da igreja”.

De acordo com o pastor, o homem que atirou nele estava junto com o grupo que o ameaçou. Eleazar disse que 21 edifícios religiosos foram atacados por multidões muçulmanas em Jaranwala no dia 16 de agosto, entre eles, quatro igrejas presbiterianas.

Tudo aconteceu depois que dois cristãos foram acusados falsamente ​​de profanar o Alcorão. 

O advogado do presidente da Aliança das Minorias no Paquistão, Akmal Bhatti, condenou o ataque ao pastor, explicando que o incidente aumentou o medo entre os cristãos no distrito de Faisalabad.

“Agradecemos a Deus por salvar a vida do pastor. Os médicos removeram a bala após uma operação bem sucedida na noite de domingo. Eleazar está fora de perigo agora, embora tenha perdido muito sangue”, disse Bhatti ao Morning Star News.

“Kukranwala é uma área cristã que abrange de 200 a 250 famílias. A polícia destacou algum pessoal para a segurança, mas exigimos ações severas contra os perpetradores destes incidentes”, acrescentou.

Notificações judiciais

Na última segunda-feira (4), o juiz do Tribunal Superior de Lahore, Asim Hafeez, ordenou que o governo da província de Punjab respondesse a uma petição buscando a formação de uma comissão judicial para investigar os ataques em Jarawanla. 

O bispo Azad Marshall, presidente da Igreja do Paquistão, apresentou a petição solicitando o inquérito judicial sobre a violência da multidão contra os cristãos na região no dia 16 de agosto.

“O tribunal ordenou que o governo de Punjab apresentasse a sua resposta em 11 de setembro”, disse ele.

Segundo Azad, as alegações do chefe da polícia de Punjab sobre uma “conspiração estrangeira” por trás dos tumultos e a “alegada blasfémia que os incitou” levantaram preocupações na comunidade cristã sobre a transparência das investigações, obrigando assim o apelo à supervisão judicial para revelar os fatos.

“O inquérito judicial também deve apurar as causas dos ataques na região, atribuir a responsabilidade aos envolvidos e propor medidas para conter estes incidentes”, concluiu Marshall.

 

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