Seminário cristão é atacado no meio da noite em Burkina Faso

Vários cômodos foram totalmente queimados, mas nenhum professor ou seminarista ficou ferido.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022 às 12:20
Vários cômodos do seminário foram totalmente queimados. (Foto: Portas Abertas)
Vários cômodos do seminário foram totalmente queimados. (Foto: Portas Abertas)

Em Burkina Faso, homens suspeitos de integrarem um grupo terrorista invadiram um seminário cristão, no dia 10 de fevereiro, e provocaram um incêndio. Dormitórios, salas de aula e um veículo foram totalmente queimados. 

Durante a fuga, os criminosos ainda roubaram o carro que pertence a um líder cristão. As autoridades suspeitam que o incidente foi provocado por jihadistas.

O seminário Saint Kisito de Bougui, fica na região leste de Burkina Faso, onde moram 7 professores e 146 seminaristas. De acordo com a Portas Abertas, não há feridos. 

 Ataques jihadistas

Devido à semelhança com os ataques jihadistas anteriores, a suspeita é de que o incidente tenha sido promovido pelo mesmo grupo, aproveitando-se da atual situação política em Burkina Faso. 

Os ataques contra os cristãos são cada vez mais comuns no território e foi um dos fatores que colocou o país em 32º lugar na Lista Mundial da Perseguição de 2022. 

A situação política em Burkina Faso ficou ainda mais complicada depois que os militares tomaram o poder do presidente Roch Kaboré. O golpe contra o Estado é a mais recente turbulência o país que sofre com instabilidade desde a independência da França, em 1960. 

O governo central é muito fraco, principalmente no Leste do país, onde a lei islâmica é implementada informalmente por grupos que ganharam o controle sobre a região. 

A violência jihadista tem aumentado rapidamente nos últimos anos, e extremistas exploraram a fraqueza do governo durante a crise da Covid-19 para assumir o controle da infraestrutura do país. 

Situação dos cristãos em Burkina Faso 

Esses acontecimentos têm levado ao fechamento de centenas de igrejas, enquanto muitos cristãos estão entre os que fugiram de casa por causa de ataques extremistas. Entre os deslocados internos há cerca de milhão de pessoas.

Os cristãos ex-muçulmanos enfrentam a maior perseguição. Membros da família e da comunidade muitas vezes os rejeitam e tentam forçá-los a renunciar à fé cristã. Muitos têm medo de expressar a fé em público por causa das ameaças. 

O país está localizado em uma região onde grupos islâmicos têm uma enorme e crescente influência. A sharia (conjunto de leis islâmicas) é informalmente implantada principalmente na região leste do país.

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