Um youtuber cristão na Indonésia foi preso, acusado de blasfêmia contra o islã, e torturado na prisão.
Muhammad Kace, um ex-muçulmano que se converteu ao cristianismo, denunciou a violência brutal que sofreu por parte de vários prisioneiros e do policial de alta patente, Napoleão Bonaparte, um condenado por subordno.
De acordo com o jornal UCA News, o diretor geral de crimes da polícia nacional, Andi Rian Djadji, afirmou que Bonaparte confessou ter torturado o cristão, durante o interrogatório que investigava seu comportamento.
"Ele e vários outros perpetradores espancaram Kace. Eles também cobriram seu rosto e corpo com fezes humanas", disse o diretor.
No dia 19 de setembro, Napoleão publicou uma carta aberta confessando o crime contra o cristão. No documento, o policial também afirmou que, como muçulmano, não aceitava que sua religião fosse insultada nos vídeos de Kace.
“Qualquer um pode me insultar, mas não contra meu Alá, o Alcorão, o Profeta e minha fé islâmica. Portanto, eu juro que tomarei qualquer ação medida contra qualquer um que se atrever a fazê-lo”, escreveu.
Azas Tigor Nainggolan, advogado e coordenador do Fórum de Advocacia e Direitos Humanos dos Bispos da Indonésia, condenou a perseguição contra Muhammad Kace e lembrou que a tortura não pode ser justificada.
"A tortura é um novo caso que deve ser analisado separadamente do caso de blasfêmia que Kace enfrentou. O caso de blasfêmia de que ele foi acusado não pode justificar sua tortura”, afirmou Azas ao UCA News.
Kace está preso desde agosto, depois que um grupo de muçulmanos o denunciou por supostamente insultar o islã e o Profeta Muhammad. A polícia considerou que o cristão blasfemou em 400 vídeos publicados em seu canal no YouTube.