Cristão é condenado à morte sob lei da blasfêmia no Paquistão

Pervaiz Masih foi acusado de profanar o Alcorão e insultar o profeta Maomé, e sentenciado na Sexta-feira Santa, em 18 de abril.

Fonte: Guiame, com informações de Christian Daily Atualizado: terça-feira, 29 de abril de 2025 às 20:02
Imagem ilustrativa. (Foto: Wikimedia Commons/Aliven Sarkar).
Imagem ilustrativa. (Foto: Wikimedia Commons/Aliven Sarkar).

Um cristão foi condenado à morte sob a lei da blasfêmia no Paquistão, na Sexta-feira Santa, em 18 de abril.

Pervaiz Masih foi preso, acusado de profanar o Alcorão, insultar o profeta Maomé e conspiração criminosa. O juiz Javed Iqbal Sheikh também sentenciou o cristão a uma multa de mais de 10.000 dólares e à prisão perpétua. 

Masih foi acusado de tentar incriminar dois irmãos cristãos – Amer Masih e Umair Rocky Masih – em uma vingança pessoal, em Jaranwala, na província de Punjab.

As alegações de blasfêmias contra os irmãos (que já foram comprovadas que eram falsas) provocaram uma onda de violência contra a comunidade cristã da área, em 2023. Uma multidão de muçulmanos destruiu mais de 20 igrejas e atacou mais de 80 casas de famílias cristãs.

Maish ainda tem o direito de contestar a sentença no Tribunal Superior de Lahore. O veredito repercutiu entre a comunidade cristã, com muitos classificando a condenação como severa, segundo o Christian Daily.

Ausência de justiça para cristãos

Nas redes sociais, cristãos criticaram a condenação exagerada para Pervaiz Masih e condenaram a falta de justiça aos cristãos vítimas da violência islâmica em Jaranwala.

"O tribunal condenou um cristão por supostamente realizar o suposto ato blasfemo, mas e aquelas pessoas que queimaram nossas igrejas e casas e agora estão vagando livremente sob fiança?", questionou a reverenda Ghazala Shafique, uma ativista local de direitos humanos, em vídeo no Facebook.

"Por que a polícia e a promotoria não investigaram esses casos com o mesmo zelo que demonstraram no caso de Masih?", acrescentou.

A pastora declarou que a sentença de Masih foi um "presente de Páscoa distorcido para os cristãos de Punjab".

Shafique relatou que a celebração da Páscoa foi afetada para os crentes, que ainda se recuperam dos ataques violentos de 2023.

No Paquistão, país de maioria muçulmana, acusações de blasfêmia são comuns e os culpados podem ser condenados a pena de morte. 

Embora as autoridades nunca tenham executado sentenças de morte por blasfêmia, muitas vezes, a acusação provoca tumultos e linchamentos.

O Paquistão ocupa o 8° lugar da Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas dos países mais difíceis para ser cristão.

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