Apenas 1,6% das pessoas leem a Bíblia diariamente na Alemanha, aponta estudo

Apesar dos resultados, a equipe de pesquisa informou que o estudo não é sobre a proporção de leitores da Bíblia que caiu, mas em relação à frequência de uso.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 5 de julho de 2023 às 15:43
O estudo abordou a população alemã sobre a leitura da Bíblia. (Foto: Reprodução/Unsplash/Priscilla Du Preez)
O estudo abordou a população alemã sobre a leitura da Bíblia. (Foto: Reprodução/Unsplash/Priscilla Du Preez)

Apesar da metade da população na Alemanha se identificar como protestante ou católica, os teólogos da Universidade de Leipzig descobriram através de um novo estudo que apenas 1,6% da população alemã lê a Bíblia pelo menos uma vez por dia e 3,2% a lê toda semana.

Os pesquisadores informaram que acharam "surpreendente" o "baixo uso da Bíblia" entre protestantes e católicos no país onde foi o lar de Martinho Lutero e do protestantismo.

Liderado pelo professor de sociologia da religião Gert Pickel e pelo professor Alexander Deeg, do Instituto de Teologia Prática da Universidade de Leipzig, o estudo foi produzido a partir de uma pesquisa feita em 2022 com 1.209 alemães "com e sem laços religiosos" .

Os especialistas afirmam que é o "primeiro estudo totalmente alemão representativo sobre este tema". 

Segundo o Christian Post, o estudo financiado pela Fundação Alemã de Pesquisa (DFG), entrevistou residentes alemães com 16 anos ou mais, selecionados aleatoriamente e questionados sobre o assunto por telefone ou outros meios digitais. 

Um terço dos entrevistados se identificou como não-denominacional, outro terço como protestante e o último terço como católico.

Menos de um terço (30%) diz que abre as Escrituras aproximadamente uma vez por ano. 

"Vemos que o número de não-leitores é alto", disse Gert. 

Mais dados científicos

Os pesquisadores disseram que, embora estudos sobre o uso da Bíblia nos Estados Unidos sejam comuns, pouco se sabe sobre o assunto na Alemanha. O último estudo desse tipo no país foi sobre a "piedade" da Bíblia e ocorreu há 40 anos, e foi até a década de 1980.

Em 2014, aproximadamente o dobro de alemães (3,1%) liam a Bíblia diariamente. Mais homens do que mulheres.

Entre os entrevistados que afirmaram não ler a Bíblia, 80% disse não ver os temas da Bíblia como "relevantes para sua vida pessoal".

Embora outros 63% se identifiquem como não leitores, eles confessaram que ainda acreditam que a Palavra de Deus é uma fonte de "normas e valores essenciais para a sociedade".

A equipe de pesquisa observou que, apesar dos resultados do estudo parecerem contraditórios, não é a proporção de leitores da Bíblia que caiu, mas a frequência de uso.

De acordo com o estudo, com a maior parte da socialização das Escrituras ocorrendo entre os quatro e 14 anos de idade, as chances de alguém ter um primeiro encontro com a Bíblia além dessa idade são "bastante raras". 

O professor Gert contou que: “Enquanto a maioria dos entrevistados encontrou a Bíblia nos cultos da igreja, outros locais também foram apontados como aulas religiosas nas escolas e ensinamentos pessoais de pais e avós”.

Para Alexander, o número “surpreendentemente” alto de indivíduos com interesse no conteúdo bíblico pode apontar para mais inovação quando se trata de apresentar a Palavra de Deus para pessoas através de dispositivos móveis.

Ele comentou sobre o “Projeto 929” em Israel, no qual uma grande comunidade de cristãos lê diariamente um dos 929 capítulos da Bíblia hebraica — conhecido como Tanakh — e depois discute a leitura por meio de um aplicativo.

"Isso também seria algo para a Alemanha. Já estou conversando com a igreja sobre isso", explicou Alexander.

No Reino Unido, um estudo internacional publicado em maio descobriu que a população tem alguns dos níveis mais baixos de religiosidade e crença em Deus no mundo.

O estudo do Instituto de Políticas do King's College London revelou que muitos britânicos não acreditam em Deus, enquanto o número daqueles que dizem que o Senhor não é importante para sua vida é o mais alto desde a década de 1980.

Além disso, os pesquisadores descobriram que a crença no céu entre aqueles que oram e se identificam como religiosos, também caiu nas últimas quatro décadas.

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