Recentemente, a bancada evangélica criou, na Câmara dos Deputados, um Projeto de Lei pedindo proteção do Estado à família. O Projeto de Lei foi elaborado em reação ao avanço das políticas de inclusão de homossexuais na Câmara.
Enquanto alguns líderes partem para um embate direto, outros acreditam que a forma correta de agir é acolher e amar os homossexuais.
O pastor Ariovaldo Ramos, em entrevista, disse ao GUIAME que o confronto não deixa espaço para ponderações.
"Todo embate é, por princípio, um equívoco porque ele coloca seres humanos em posições radicalmente opostas e não deixa espaço para a paz.
A pergunta que fica é como podemos deixar claro para a nossa sociedade que o caminho de relaxamento da noção de família vai trazer prejuízos incalculáveis, sem, com isso, passarmos a ideia de termos eleito o mundo como adversário? De fato, o que estamos tentando dizer é que relaxar o conceito de família vai custar muito caro para a sociedade. Não queremos condenar grupo algum, queremos manter o princípio da família.
Uma coisa é tratar com amor aquele que não consegue se enquadrar em um princípio e outra coisa é afrouxar um princípio para caber tudo e qualquer coisa. Acho muito difícil que a gente consiga alcançar esse nível de sabedoria pela via do embate. Nós vamos acabar elegendo adversários e inimigos e isso é uma via de mão dupla, se você elege um grupo como inimigo, ele também elege você como inimigo e eu não sei que tipo de construção é possível fazer a partir disso.
Estou preocupado, sei que a situação é grave, mas no meio do confronto há pouco espaço para a ponderação", afirma Ariovaldo.
Por Juliana Simioni