Bethany Clack, da cidade de Bellbrook, Ohio, nos EUA, tinha apenas 12 anos quando começou a se sentir cansada durante os intervalos na escola. Ela já não conseguia acompanhar os colegas por causa de sua falta de ar constante.
Em outubro de 2013, seus pais, Ed e Amy, a levaram a uma consulta médica, onde recebeu um diagnóstico de “hipertensão arterial pulmonar idiopática” — uma doença rara, perigosa e progressiva.
Em pouco tempo, Bethany precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva Cardíaca do Hospital de Cincinnati, onde permaneceu por dois meses. Mesmo depois da alta médica, a adolescente continuou com a saúde em declínio.
“Eu achava que não tinha um futuro”
Com dificuldade para respirar, Bethany começou a se perguntar quanto tempo ainda teria de vida. “Minha vida parecia muito sombria, eu achava que não tinha um futuro”, compartilhou.
Um dia, os pais foram encaminhados para conversar com Don Hayes, diretor médico do programa de transplante de pulmão do Hospital de Cincinnati, já que a doença de Bethany a levaria à morte.
O transplante era a única solução, segundo o médico. Ed e Amy tiveram que lutar contra a incerteza. Seu pai, na época com 39 anos, disse que a jornada foi longa e difícil.
Cirurgia delicada
“Foram vários meses de internação e muitas noites sem dormir para lutar pela vida de nossa menina tão alegre. O espírito e a força de Bethany nos abençoaram de muitas maneiras”, contou o pai.
Em agosto de 2015, quando os Clacks se reuniram com a equipe de transplante de pulmão para discutir sobre as opções, Bethany concordou em ser colocada na lista de espera.
Duas semanas depois, em 12 de setembro, um par de pulmões estava disponível para transplante por causa da morte de Micah Pippen, de 15 anos, de Arkansas. Apesar da boa notícia, a família sabia que a operação de 10 horas seria muito arriscada.
“É um tipo de cirurgia extremamente delicada, os médicos basicamente ‘tricotam’ dentro de um ser humano e depois esperam que ele viva”, disse a mãe sobre o procedimento que a filha teve que enfrentar.
Bethany saindo do hospital. (Foto: Reprodução/AG News)
“Não seria capaz de passar por isso sem minha fé”
Bethany sobreviveu e, após 9 anos de cirurgia, ela tem uma vida normal. O médico explicou que o transplante de pulmão tem suas próprias limitações e complicações, sendo uma opção de tratamento cirúrgico e não uma cura especificamente.
Mas todo esse processo fez com que a adolescente se transformasse numa jovem de fé, confiante no Senhor.
“Acho que eu não seria capaz de fazer tudo isso sem a minha fé. Essa fé alivia minha mente e me ajuda a dormir à noite, sabendo que Deus está sempre comigo”, ela disse.
Bethany se diz grata a Deus e também às equipes médicas, seus amigos e especialmente sua família, que inclui a irmã Abigail, de 18 anos, e o irmão Caleb, de 8 anos.
“Minha família foi meu maior apoio. Eles se certificaram de que eu ficaria bem. A igreja apoiou minha família, garantindo que tudo fosse fornecido para eles enquanto eles se concentravam em mim.
Poder das orações
Amy se lembra de todas as orações feitas por tantas pessoas na igreja que frequentam em Dayton, Ohio. Ela administra o escritório na Assembleia de Deus em Kettering.
A gratidão da mãe destaca o fato de ver sua filha com novos pulmões, em apenas duas semanas depois de ser colocada na lista de transplantes.
“Foram meses de reabilitação e agora uma vida inteira de cuidados e medicamentos. E, dessa forma, Deus permitiu que Bethany seja uma bênção para muitos”, disse a mãe.
Ela lembra que Bethany quase morreu durante sua hospitalização inicial devido à hipertensão pulmonar.
Gratidão
Bethany agradece a doação de órgãos que recebeu através do Donate Life America. Aos 20 anos, ela é uma forte defensora dos cuidados e da saúde daqueles que enfrentam doenças crônicas ou problemas médicos.
“Quero que as pessoas entendam que as doações de órgãos são importantes. Se não fosse pelo meu doador de órgãos, eu não estaria aqui hoje. Sou uma sobrevivente de transplante e uma sobrevivente de hipertensão pulmonar”, a jovem comemora.
Tanto para Bethany quando para a família, cada dia de vida é um presente de Deus. Atualmente, ela testemunha que está experimentando plena saúde e qualidade de vida.
Seu pai, Ed, que era pastor e líder de jovens na Assembleia de Deus em Orlando, agora atua como médico osteopático na Shiloh Family Medicine, em Dayton. A osteopatia faz parte da medicina alternativa e seus procedimentos ajudam no equilíbrio entre mente e corpo, em busca de cura.