Confeiteira cristã que se recusou a fazer bolo para casamento gay vence na Justiça

Depois de cinco longos anos, Cathy Miller venceu a causa, mas o advogado lamentou que o Estado tenha questionado sua fé.

Fonte: Guiame, com informações de Christian PostAtualizado: segunda-feira, 24 de outubro de 2022 às 16:27
Cathy Miller. (Foto: Captura de tela/YouTube TBC News)
Cathy Miller. (Foto: Captura de tela/YouTube TBC News)

A cristã Cathy Miller, proprietária da Tastries Bakery — uma confeitaria que fica em Bakersfield, na Califórnia — esteve envolvida numa ação legal quando se recusou a fazer um bolo de casamento para um casal de lésbicas.

Na ocasião, ela recomendou às duas mulheres que procurassem outra confeitaria e esclareceu sobre seus valores cristãos, afirmando que para ela o casamento deveria acontecer somente entre um homem e uma mulher. 

Eileen e Mireya, no entanto, se sentiram “discriminadas” por causa de sua orientação sexual, e abriram um processo contra Cathy, em 2017, dizendo que ela estava “violando a Lei de Direitos Civis de Unruh”. 

Em defesa da fé

Depois de “longos cinco anos”, um juiz do tribunal decidiu que “Cathy teve como única motivação agir de forma consistente com suas sinceras crenças cristãs sobre o que a Bíblia ensina sobre o casamento”, escreveu o juiz do condado de Kern, Eric Bradshaw, no veredicto.

“Espero que em nossa comunidade possamos crescer juntos para entender que não devemos pressionar nenhuma agenda contra mais ninguém”, disse Cathy. 

Ainda de acordo com o juiz, conforme o Christian Post: “A motivação de Cathy não foi irracional ou arbitrária, nem enfatizou diferenças irrelevantes ou perpetuou estereótipos”, ele acrescentou.

Assediada por advogados da oposição

Através das redes sociais da confeitaria, Cathy agradeceu a todos os que oraram e a apoiaram durante esse período difícil. A Thomas More Society, que ajudou a confeiteira no processo, se referiu ao final do caso como “uma vitória da Primeira Emenda”.

“Há uma certa ironia nisso, que uma lei destinada a proteger os indivíduos da discriminação religiosa foi usada para discriminar Cathy por suas crenças religiosas”, disse Paul Jonna, conselheiro especial do escritório de advocacia. 

“Cathy acredita na Bíblia”, observou Jonna, dizendo que a profissional foi “assediada por advogados da oposição por sua adesão aos seus ensinamentos”.

‘O Estado questionou suas crenças’

Em fevereiro, o procurador do Estado Gregory Mann perguntou a Cathy: “Você tenta seguir tudo o que a Bíblia diz?”. E ela respondeu: “Eu faço o meu melhor. Sou uma pecadora, mas faço o meu melhor”. 

O procurador então a provocou: “Você segue as práticas alimentares do Antigo Testamento em termos de não comer porcos ou frutos do mar?”. 

Jonna criticou a atitude do procurador, dizendo que o Estado questionou a sinceridade da fé de Cathy: “O fato de terem questionado suas crenças é tão perturbador quanto discutir sobre seu status como artista”.

Por outro lado, as duas lésbicas apontaram a decisão do juiz como “decepcionante” e retrucaram: “Antecipamos que nosso apelo terá um resultado diferente”.

Ditadura LGBT

Quando Eileen Del Rio, uma das reclamantes, escreveu sobre o incidente no Facebook em 2017, gerou uma enxurrada de críticas contra Cathy, tanto que ela teve que fechar temporariamente o site e a página da Tastries Bakery.

A Justiça chegou a pedir ao tribunal para emitir uma ordem de restrição contra a confeiteira e seu comércio, na tentativa de forçá-la a fazer bolos para casamentos gays, caso contrário não poderia mais continuar trabalhando.

“Minha consciência não permite que eu participe de certas atividades contrárias às minhas crenças bíblicas. Oro para que todos possamos chegar a um entendimento e que haja condições de nos darmos bem”, explicou Cathy na época.

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