Candidata a prefeitura de bairro perde emprego por defender valores cristãos

Ela foi acusada de violar a lei através de “discurso de ódio” por defender casamento entre homem e mulher e por ser contra o aborto.

Fonte: Guiame, com informações de Christian ConcernAtualizado: quinta-feira, 21 de julho de 2022 às 11:43
Maureen Martin. (Foto: Reprodução/Christian Concern)
Maureen Martin. (Foto: Reprodução/Christian Concern)

Uma cristã que está concorrendo à prefeitura de um bairro em Londres, foi demitida de seu emprego, em 20 de abril deste ano, por expressar opiniões cristãs e conservadoras em sua campanha eleitoral. 

Maureen Martin, de 56 anos, foi impedida de continuar trabalhando na L&Q (London & Quadrant Housing Trust) — empresa que promove projetos sociais e econômicos para comunidades — depois de declarar que apoia a definição bíblica para o casamento

Maureen foi funcionária da L&Q por mais de 10 anos e, conforme os advogados do Christian Legal Center, ela tem “um histórico impecável como profissional e bons relacionamentos com os colegas LGBT”. 

Manifesto que ‘violou a lei’

Conforme o Christian Concern, acredita-se que esse seja o primeiro caso de um candidato político a ser demitido por seu empregador por causa de crenças cristãs

Em seu manifesto, aos moradores do bairro de Lewisham, ela delineou sua posição política sobre impostos, crimes cometidos com facas e sobre o casamento.

Ela escreveu: “Comprometo-me a superar o politicamente correto e declarar a verdade de que o casamento natural entre um homem e uma mulher é o alicerce fundamental para uma sociedade bem sucedida e o ambiente mais seguro para criar filhos”. 

Após a publicação do manifesto, uma imagem do folheto foi postada no Twitter dizendo que “violou a lei” e que se tratava de um “discurso de ódio”. 

Empresa foi indicada a prêmio LGBT

Depois da repercussão do ocorrido, três reclamações foram enviadas ao chefe-executivo da L&Q, através de correspondência, dizendo que as crenças de Maureen Martin não deveriam ter lugar na empresa.

Os reclamantes escreveram que a funcionária era “intolerante” e que deveria receber “treinamento anti-opressivo”, sugerindo que ela deveria enfrentar uma ação disciplinar.

Em sua carta de demissão, Maureen foi informada de que seus pontos de vista poderiam ser “percebidos como visões discriminatórias e ofensivas em relação a membros da comunidade LGBTQ+, famílias não tradicionais e aborto”.

Vale citar que a L&Q foi recentemente indicada para o prêmio LGBT Pink News, por ser uma empresa que acolhe essa comunidade. Em seu site está em destaque que, em 2015, a L&Q foi nomeada como uma das 100 maiores empregadoras da Stonewall para funcionários lésbicos, gays, bissexuais e trans

Além disso, conforme o Christian Concern, a organização abraçou o orgulho LGBT e tem incentivado atletas transgêneros que participam do esporte feminino. 

“Estou determinada a lutar por justiça”

Maureen disse que tomará medidas legais contra a L&Q por discriminação, assédio e demissão injusta. “Estou determinada a lutar por justiça”, disse ao revelar que sua família vive em Lewisham há 62 anos, desde que os pais chegaram da Jamaica. 

Ela descreveu o impacto devastador que sua demissão repentina teve sobre sua vida, incluindo a perda de renda enquanto mora e cuida do pai já idoso. 

“Fiquei arrasada, mas não surpresa por ver que a L&Q me tratou dessa maneira”, comentou ao dizer que sempre foi uma funcionária exemplar e que sempre foi além para ajudar a todos na empresa. 

Tenho o direito de expressar minhas crenças cristãs em meu próprio tempo privado e, então, por que eu pediria desculpas por minhas crenças válidas sobre casamento, aborto e política?”, disse.

“Eu não trataria as pessoas de outra forma que não profissionalmente. Foi uma declaração geral que fiz e estou no meu direito de fazê-la. Ou temos liberdade de expressão no Reino Unido ou não. Devemos ter a liberdade de discordar uns dos outros sem que isso resulte em pessoas tendo suas vidas dilaceradas”, continuou.

Luta pela liberdade de expressão

A profissional continuou justificando suas ações: “Eu fui candidata política enquanto trabalhava para a L&Q por seis anos sem nenhum problema. É perturbador como as crenças cristãs sobre o casamento, mantidas e expressas há milhares de anos, estão sendo silenciadas e tratadas com tanta hostilidade e desdém”. 

“A mensagem que isso está enviando é que, se você quer se engajar politicamente e fazer a diferença em sua comunidade, mas se suas opiniões não se alinharem com a agenda liberal, você pode ser demitido do seu emprego”, esclareceu.

“Se meu manifesto fosse de apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, eu teria a mesma resposta? Estou determinada a lutar pela justiça e garantir que nenhum outro candidato e funcionário político cristão passe pelo que eu passei”, disse ainda.

Andrea Williams, advogada-chefe do Christian Legal Center a defendeu: “A ideologia LGBT alimentada por ativistas de Stonewall capturou instituições a tal ponto que a liberdade de expressão e as liberdades cristãs foram intimidadas e silenciadas”. 

“Liberdade de expressão é isso, as pessoas podem discordar do que você pensa. É disso que se trata. Posso não gostar do que você diz, mas vou lutar pelo seu direito de dizê-lo. Eu sei que as pessoas vão ficar chateadas. Mas não posso conter meus pontos de vista caso isso cause transtorno”, disse ainda Maureen. 

“Ou temos liberdade de expressão ou não. Nem sempre estou feliz com o que os outros dizem. Eu entendo que minhas opiniões podem causar transtornos, mas não é um discurso de ódio. Estou expressando minha opinião com base em fatos”, concluiu. 

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