Jogador de vôlei Maurício Souza é demitido por criticar Superman bissexual

“Respeito a todos, dentro e fora de quadra, mas eu também tenho direito de defender aquilo o que acredito. Não precisamos brigar por isso”, disse o atleta.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 29 de outubro de 2021 às 16:24
Maurício Souza foi desligado do Minas Tênis Clube por uma postagem em seu Instagram. (Foto: Montagem/Guiame)
Maurício Souza foi desligado do Minas Tênis Clube por uma postagem em seu Instagram. (Foto: Montagem/Guiame)

O jogador de vôlei, Maurício Souza, 33 anos, foi desligado do Minas Tênis Clube — equipe que disputa a Superliga brasileira de esporte — nesta quarta-feira (27). Ele foi  acusado de homofobia por expressar uma opinião em sua página pessoal do Instagram, onde falou da bissexualidade do atual Superman.

O clube confirmou que rescindiu o contrato com o atleta após a repercussão da postagem com “teor homofóbico”. Os patrocinadores da equipe pressionaram para que Maurício se retratasse, mas o pedido de desculpas não foi suficiente.

O atleta defendeu o time. “O Minas não teve culpa nenhuma, a culpa foi da turma da lacração fazendo pressão em cima dos patrocinadores. Eles fizeram de tudo para me manter no time”, disse nesta quinta-feira (28) através de um vídeo postado em seu Facebook. 

Mais cedo, o treinador da seleção brasileira, Renan Dal Zotto, afirmou ao jornal O Globo que também não pretende mais convocar o central. 

“Lutar pelo que se acredita é para poucos. Pelos meus valores, crenças e propósitos eu irei até o fim. Custe o que custar”, disse depois de tudo através de outro post. “Prezo por tudo o que Deus deixou na Bíblia e não sou homofóbico porque penso diferente”, defendeu. 

Postagem no Instagram

O caso começou em 12 de outubro, quando Maurício Souza publicou em seu Instagram um print da notícia “Superman atual, filho de Clark Kent, assume ser bissexual”, com a imagem do beijo gay do super-herói nos quadrinhos. 

Na legenda, o jogador de vôlei escreveu: “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”.

Duas semanas depois dessa postagem, Maurício Souza já estava fora do time. Ele se despediu com as seguintes palavras: “Não sou mais jogador do minas! Agradeço aos meus companheiros, comissão técnica, meu fisio, ao meu diretor, presidência e sócios por tudo. Sigo meu caminho plantando o que acredito, meu legado continua. O que deixarei para meus filhos e netos é o que conta no final”, escreveu em suas redes sociais. 


“Infelizmente, chegamos a esse ponto. Não podemos mais colocar os valores acima de tudo”, disse o atleta. (Foto: Miriam Jeske/COB /Agência O Globo)

Sobre o “teor homofóbico” e a cultura do cancelamento

Muitas notícias atuais mostram que “expressar uma opinião sincera”, que esteja contra a nova agenda LGBT, é considerado um ato homofóbico. Profissionais de várias áreas já foram “cancelados” por seu posicionamento cristão ou conservador.

Alguns casos vão parar na justiça, como do confeiteiro americano Jack Philips, que foi processado por se recusar a fazer um bolo gay. O fotógrafo Bob Updegrove, dos EUA, também enfrenta uma batalha na justiça por se negar a trabalhar em casamentos homossexuais. 

A webdesigner cristã, Lorie Smith, também foi processada por declarar no site de sua empresa que oferece serviços somente para casamentos tradicionais. Há inúmeros outros casos semelhantes acontecendo pelo mundo. 

‘Pedir desculpas não resolveu’ 

Maurício Souza postou um vídeo em seu Instagram pedindo desculpas pela sua postagem “a todos os que se sentiram ofendidos”, e mesmo assim teve o contrato rescindido. 

“Infelizmente, chegamos a esse ponto. Não podemos mais colocar os valores acima de tudo”, disse ao comentar que por ter agido assim foi tachado de homofóbico. 

O atleta disse que vai pagar o preço pelo que fez, embora reconheça que “não cometeu crime algum”. “Eu também tenho o direito de defender aquilo o que acredito e não precisamos brigar por isso”, afirmou.

“Respeito a todos, dentro e fora de quadra. Já joguei com vários homossexuais”, disse após defender a liberdade de expressão e, em seguida, agradeceu a todos os que o apoiaram e que pensam como ele. “Eu vi que não estou sozinho nessa luta”, concluiu.

Em defesa do jogador e contra a ditadura LGBT

O pastor Lucinho Barreto se posicionou a favor de Maurício Souza postando em seu Twitter: “O Maurício do vôlei está só desempregado, mas em breve terá um [emprego] ainda melhor. Mas ele poderá olhar os filhos nos olhos sem qualquer vergonha daqui a 30 anos. Pior são os crentes isentos que serão cobrados por seus filhos no futuro por seu demoníaco silêncio”, comentou. 

Assista na íntegra: 

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