O senador Josh Hawley (R-Mo) está sendo acusado de ‘violência’ por uma professora de direito ao questionar sua fala deixando aberta a possibilidade de um homem engravidar.
Ao negar que homens possam engravidar durante uma audiência no Capitólio na terça-feira (12), Hawley foi acusado de “abrir pessoas trans à violência”, informou o Washington Stand.
Os críticos dizem que os ativistas transgêneros cada vez mais equiparam a rejeição da ideologia de gênero extremista com agressão, ou eles suprimem o debate por completo, a fim de impingir ideias controversas de fluidez de gênero ao público.
Tudo começou logo depois que Khiara Bridges, professora de direito da Universidade da Califórnia em Berkeley, usou a frase “pessoas com capacidade para engravidar” quatro vezes durante uma conversa de um minuto com o senador John Cornyn (R-Texas) e outro seis vezes em seu testemunho escrito.
O senador Hawley perguntou a ela sobre a frase, que alguns acreditam reduzir as mulheres a funções biológicas ou partes do corpo. “Você se referiu a 'pessoas com capacidade para engravidar'. Seriam mulheres?”, ele questionou.
Bridges respondeu que “mulheres cis têm capacidade para engravidar”, mas “há também homens trans que são capazes de engravidar, assim como pessoas não binárias”.
“Então, isso não é realmente uma questão de direitos das mulheres?”, perguntou Hawley. A pergunta acirrou a tensão entre o testemunho de Bridges e o da vice-governadora de Illinois Juliana Stratton (D), que se gabou de seu “compromisso de proteger e preservar os direitos das mulheres – ou seja, o direito ao aborto”.
‘Transfobia’
Bridges disse que a gravidez “impacta as mulheres” e “outros grupos” também. "Essas coisas não são mutuamente exclusivas, senador Hawley", afirmou ela.
"Oh. Então, sua visão é que o cerne desse direito [ao aborto], então, é sobre o quê?”, perguntou Hawley.
“Então, quero reconhecer que sua linha de questionamento é transfóbica”, disse Bridges, rindo e evitando a pergunta, como fez quando o senador Cornyn perguntou se um feto tinha valor. “E isso abre as pessoas trans à violência por não reconhecê-las.”
"Uau, então você está dizendo que estou abrindo as pessoas à violência perguntando se as mulheres são ou não as únicas pessoas que podem engravidar?", perguntou Hawley, com incredulidade ao que ouvia.
“Quero observar que uma em cada cinco pessoas transgênero tentou suicídio”, afirmou Bridges.
“Por causa da minha linha de questionamento? Então, não podemos falar sobre isso?”, Hawley perguntou como parte de uma sessão do Comitê Judiciário do Senado dedicada a “Uma América Pós-Roe: As Consequências Legais da Decisão Dobbs” – uma das cinco audiências do comitê do Congresso que discutem o aborto que os democratas agendaram para os próximos sete dias.
Bridges então acusou Hawley de “negar a existência de pessoas trans” quando afirmou: “Não acho que homens possam engravidar”.
Hawley sublinhou seu hábito de interromper a discussão contestando o outro lado. “É assim que você administra sua sala de aula? Os alunos podem questioná-la, ou eles também são tratados assim, onde dizem que estão abrindo as pessoas à violência ao questionar?”, perguntou o senador à professora.
Bridges insistiu que seus alunos foram “absolutamente” autorizados a questioná-la na sala de aula, insinuando sob juramento que ela oferece maior liberdade de expressão a alunos sujeitos inteiramente à sua autoridade do que a um dos 100 senadores dos EUA.
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