Uma enfermeira britânica, que foi demitida por conversar com pacientes sobre sua fé cristã e orar com alguns deles foi agora autorizada a retornar ao trabalho, no Reino Unido.
A organização Christian Concern, que apoiou a enfermeira Sarah Kuteh, revelou que o julgamento só teve seu resultado divulgado recentemente, mas havia sido entregue em 26 de julho pelo Conselho de Enfermagem, que conduziu o processo.
A decisou afirmou que Kuteh está "apta a praticar" e que "é de interesse público apoiar uma enfermeira experiente e competente".
Kuteh foi demitida em junho de 2016 pelo Serviço Nacional de Saúde, após reclamações de alguns pacientes de que ela tentara impor sua religião a eles. A enfermeira explicou que tudo o que ela estava fazendo era dizer como sua fé em Jesus Cristo a ajudou a superar a adversidade e orou com aqueles que pediram por isso.
"Eu só queria tranquilizá-los, com base na alegria e paz que eu realmente encontrei em Jesus", disse Kuteh na época.
Agora, a enfermeira diz que está muito feliz por ter recebido permissão para voltar ao trabalho e fazer o que ama. "Eu não esperava ser demitida, então fiquei chocada. Isso significa muito para mim, porque posso voltar à profissão que amo", disse ela à BBC South East na quarta-feira (9).
O Sistema Nacional de Saúde alegou que o caso nunca foi sobre religião e que Kuteh foi inicialmente demitida por "má conduta e atitude grosseira".
"Estando cientes de várias queixas de pacientes sobre Sarah e pedindo a ela que se abstivesse de 'pregar' para eles, seu comportamento continuou inalterado. Isso resultou em advertências formais que resultaram em sua demissão", informou o porta-voz do órgão público, segundo o jornal The Times. "Não nos sentimos satisfeitos por ter demitido Sarah, mas devemos agir sempre no melhor interesse de nossos pacientes e de acordo com os códigos de conduta profissional".
Na audiência do Conselho de Enfermagem, no mês passado, a supervisora de Kuteh a elogiou como "uma enfermeira amável, atenciosa, honesta e amigável" e "uma integrante valiosa da equipe".
De sua parte, a enfermeira admitiu que dar sua Bíblia pessoal a um paciente estava "indo longe demais" e "cruzando fronteiras profissionais". Ela disse que o que deveria ter sido feito era usar uma Bíblia da capelania do hospital.
"Estamos muito satisfeitos que Sarah Kuteh seja mais uma vez capaz de praticar enfermagem sem restrições", disse Andrea Williams, diretora executiva do Christian Legal Center.
"Aqueles que conhecem Sarah reconhecem que ela é uma enfermeira cuidadosa e trabalhadora, além do profissionalismo que ela traz para seu trabalho. Embora seja decepcionante que ela tenha sido penalizada por suas ações, que foram totalmente motivadas pela compaixão, nos alegramos que Sarah esteja mais uma vez livre para trazer sua habilidade e experiência para o seu papel de enfermeira", acrescentou Williams.
Kuteh, que tem 15 anos de experiência de enfermagem e cuidava de cerca de 30 a 40 pacientes por semana, falou de sua gratidão. "Este é um resultado brilhante. À equipe do Christian Legal Center, Christian Concern e todos os meus apoiadores, eu só quero agradecer muito — meu mui sincero agradecimento — de mim mesma e da minha família", disse ela.
"Se não fosse pelo seu apoio, francamente eu estaria perdida. Mas quero agradecer a todos vocês. Vocês estão fazendo um trabalho brilhante, e eu oro para que o Senhor os recompense pelo maravilhoso trabalho que vocês estão fazendo e por acreditarem em mim", finalizou.