De acordo com o governo do Mali, a cristã colombiana Gloria Cecilia Narváez Argoti, sequestrada há quatro anos por extremistas islâmicos do país, foi finalmente libertada no sábado (09).
O sequestro aconteceu em fevereiro de 2017, quando militantes da facção Frente de Libertação de Macina, um grupo terrorista ligado ao Al-Qaeda, levaram Gloria por supostamente “converter muçulmanos”.
Gloria que é enfermeira e tem 59 anos, estava trabalhando como missionária na paróquia de Karangasso. Segundo uma de suas colegas, na ocasião do sequestro, ela se ofereceu no lugar de duas freiras mais jovens, que os sequestradores já estavam se preparando para levar.
Alívio e gratidão
“Agradeço às autoridades do Mali por todos os esforços feitos para que eu fosse libertada”, disse Gloria em entrevista à imprensa do país. O presidente interino do Mali, Assimi Goita, anunciou a libertação da missionária pelo Twitter, agradecendo às forças de segurança por sua participação na operação.
“A presidência do Mali saúda a coragem e bravura da freira. Esta libertação é o coroamento de quatro anos e oito meses de esforços combinados de vários serviços de inteligência”, escreveu Goita.
Na Colômbia, o irmão da freira, Edgar Narvaez, disse que ficou muito emocionado ao receber a notícia da libertação. “Ela está com boa saúde, graças a Deus. Eles me mandaram fotos e ela está bem”, disse.
Segundo o Vaticano, em parte do período em que esteve sequestrada, Gloria compartilhou o cativeiro com o sacerdote italiano Pierluigi Maccalli, sequestrado em 2018 e libertado em 8 de outubro de 2020.
Durante esses anos, a missionária conseguiu se comunicar com a família através de cartas. Foi assim que ela soube da morte da mãe na Colômbia aos 87 anos.
Situação dos cristãos no Mali
O país conhecido como República do Mali é o sétimo maior da África. Os cristãos que vivem por lá sofrem opressão islâmica e hostilidade etno-religiosa. Os ataques às igrejas são violentos e orquestrados por redes criminosas, quadrilhas ou grupos extremistas de outras religiões.
O caso envolvendo a cristã é mais um entre tantos episódios de violência envolvendo extremismo islâmico na região do Sahel — faixa entre o deserto do Saara e a África Subsaariana. A situação mais tensa, conforme a Portas Abertas, é justamente onde a seguidora de Jesus foi sequestrada, entre o Mali e Burkina Faso.
Missionários cristãos vivem sob a constante ameaça de sequestro. O grupo ligado à Al Qaeda descobriu que os sequestros são uma forma lucrativa de continuar financiando sua luta contra os exércitos nacionais, as forças de paz da ONU e as forças francesas na região do Sahel, na África Ocidental.
No entanto, as autoridades do Mali não confirmaram se pagaram um resgate pela libertação da freira. Os jihadistas ainda mantêm um clérigo americano e um jornalista francês reféns na região da África Ocidental.
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