Estima-se que 34.000 desertores fizeram o voo de vida ou morte para a travessia da liberdade do norte para a Coreia do Sul. Conforme a CBN News, um desses desertores é agora o alvo número 1 do regime ditatorial de Kim Jong-Un.
Ele conta que fez uma jornada milagrosa de uma criança mendiga na Coreia do Norte a um membro eleito do parlamento da Coreia do Sul. Durante uma entrevista, Ji Seong-Ho disse que agora tem uma meta ambiciosa.
“Minha esperança como membro da Assembleia Nacional é que o regime da Coreia do Norte entre em colapso para que o povo norte-coreano possa desfrutar da liberdade e acreditar em Deus”, destacou.
“Quero me dedicar à criação dessa liberdade e unidade”, disse Ji ao apontar para uma pintura de um “kut-say-bee”, uma criança mendiga na Coreia do Norte, ao revelar como ele sobreviveu entre milhões de crianças que morreram de fome.
Jornada em busca de liberdade
Aos 14 anos, Ji perdeu a perna e a mão em um acidente. Aos 24, conseguiu fugir em busca de liberdade: “Eu escapei da Coreia do Norte sem a perna esquerda e sem a mão esquerda. Nadei pelo rio Tumen para não ser visto pelos soldados norte-coreanos”.
Ji conta que caminhou 6.000 quilômetros até a China, Laos, Myanmar e Tailândia e depois teve que percorrer mais 10.000 quilômetros até a Coreia do Sul.
“O fato de eu ter chegado à Coreia do Sul de muletas mostrou ao mundo inteiro quão forte é o desejo de liberdade dos seres humanos”, afirmou Ji que foi evangelizado quando chegou à Coreia do Sul e se converteu ao cristianismo.
‘Sonhos realizados’
“Tudo o que pensei, sonhei e orei tornou-se realidade. Por exemplo, o sonho de comer uma refeição completa, com um frango, tornou-se realidade. E eu tinha o sonho de andar mais uma vez”, compartilhou.
“Quando vim para a Coreia do Sul, o governo me deu próteses de perna e braço, então pude andar novamente”, continuou.
O ex-presidente Donald Trump homenageou Ji Seong-Ho durante o discurso do Estado da União de 2018. Por causa de seu alto perfil, a Coreia do Norte o nomeou seu alvo número 1.
‘Cristão e defensor dos direitos humanos’
Ji agora atua como defensor dos direitos humanos e apoia os 34.000 desertores que vivem na Coreia do Sul. Ele diz que seu modelo é Martin Luther King Jr. e destaca que “o ex-mendigo agora se reúne com líderes mundiais”.
Ele também pede que a China seja pressionada pela comunidade internacional para não extraditar os desertores de volta à Coreia do Norte, onde enfrentam a morte ou a vida como prisioneiros políticos.
“As pessoas presas em campos de prisioneiros políticos norte-coreanos são tratadas como animais, não como pessoas. E todos na Coreia do Norte estão bem cientes disso”, disse ainda.
‘Direito de viver em liberdade’
“Minha mensagem é que os norte-coreanos tenham o direito de viver em liberdade. E aqueles que vivem em uma democracia livre têm a responsabilidade de salvar aqueles que estão presos e morrendo”, defendeu.
Para Ji, os líderes políticos têm a responsabilidade de garantir que mesmo aqueles que estão morrendo de fome vivam e desfrutem da liberdade. Apesar da situação atual, o ativista de direitos humanos ainda acredita que a reunificação entre o norte e o sul é possível.
“Não acho que seja impossível porque está claro que a Coreia do Norte é uma ditadura. Não conheço nenhuma ditadura na história que tenha durado para sempre. Além disso, tenho a ideia de que a política deve ser realizada a partir de uma perspectiva de longo prazo, para que a democracia livre e o Evangelho possam ser pregados aos norte-coreanos”, disse.
Ji concluiu pedindo orações aos norte-coreanos: “Ore para que o regime norte-coreano seja derrubado e que o povo tenha liberdade para conhecer a Deus”.