O Dia de Pentecostes, comemorado pelos cristãos em 5 de junho, teve início entre o povo israelita, no Velho Testamento, com a Festa das Semanas, uma das cinco celebrações judaicas.
Em hebraico, a festa é chamada de “Shavuot” e comemora o cuidado e a provisão de Deus para com o seu povo. O primeiro Shavuot aconteceu no momento em que Deus deu a Lei a Moisés, no Monte Sinai.
Cinquenta dias depois da crucificação de Jesus e dez dias depois de sua ascenção, quando o povo judeu se reunia em Jerusalém para festejar o Shavout, o Pentecostes ganhou mais um siginifcado.
Cumprindo-se a profecia de Joel 3:1, aconteceu o derramamento do Espírito Santo através de um vento impetuoso, enchendo os discípulos de poder para testemunhar as Boas Novas de Cristo em todo o mundo.
Inauguração da Igreja de Cristo
O teólogo pentecostal assembleiano, Ciro Zibordi, explica que o Pentecostes em Atos 2 marca o início da era da Igreja de Cristo.
“É a inauguração da Igreja, mas não significa que a Igreja começou no Dia de Pentecostes, ela já existia. Porque quem iniciou a Igreja foi Jesus; que a criou, formou e inaugurou”, explicou Zibordi, em entrevista ao Guiame.
“Quando Jesus sopra sobre os discípulos, Ele estava inaugurando a Igreja. Porque soprar tem uma representatividade. Por exemplo, quando Deus formou o homem do pó da terra, Ele soprou em suas narinas o espírito de vida. A partir do Dia de Pentecostes, o Espírito Santo passou a habitar a Igreja, pelo derramamento inaugural”.
Depois de serem cheios do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, os discípulos começaram a pregar o Evangelho, com poder e autoridade, convertendo milhares de vidas e realizando milagres no nome de Jesus.
Por que celebrar o Pentecostes?
O Pentecostes celebra o derramamento do Espírito Santo na Igreja. (Foto: Facebook/Assembleia de Deus de Canoas).
Para muitos crentes, o Pentecostes ainda é considerado uma data católica. Segundo o pastor Ciro, a celebração foi estabelecida no calendário cristão nos primeiros séculos depois de Cristo e posteriormente também foi adotada pelo catolicismo romano.
Embora a doutrina pentecostal enfatize as ministrações do Espírito Santo, as igrejas pentecostais não possuem a tradição de celebrar a data, mas reconhecem sua relevância.
“Para nós, pentecostais, é uma data especial, porque representa o dia em que houve o derramamento inaugural do poder do Espírito Santo. Inaugural porque somos continuístas; acreditamos que o Espírito Santo continua sendo derramado”, afirmou Zibordi.
E ressaltou: “O Apóstolo Pedro, usado por Deus, em sua primeira pregação, disse: ‘Esta promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, a todos que estão longe e a tantos quanto Deus, nosso Senhor, o chamar”.
Para o pastor Miguel Floretin, líder da Assembleia de Deus de Canoas (RS), comemorar o Pentecostes ajuda a Igreja a não esquecer da experiência pentecostal de Atos 2.
“O ser humano esquece facilmente. A Bíblia nos ensina no Salmo 103 que não podemos esquecer dos benefícios que temos recebido. E uma maneira de não esquecer é celebrando datas, como Páscoa, Natal e Pentecostes”, disse o pastor, em entrevista ao Guiame.
Florentin destacou que, para igrejas pentecostais, realizar cultos especiais no Dia do Pentecostes serve também para buscar a realidade do Pentecostes.
“Mantemos não somente a tradição histórica, mas também a fé viva e experiencial do Pentecostes. Para nós, pentecostais, a realidade do Pentecostes é o derramamento do Espírito Santo, o batismo com o Espírito Santo”, declarou o pastor.
Cheios do Espírito Santo
Para o pastor Miguel Floretin, comemorar o Pentecostes ajuda a Igreja a não esquecer da experiência pentecostal de Atos 2. (Foto: Facebook/Assembleia de Deus de Canoas).
A Assembleia de Deus em Canoas aproveitou o Dia de Pentecostes para promover a campanha “Fogo no Altar”, em busca de avivamento espiritual e do batismo com o Espírito Santo.
Durante toda esta semana, a congregação se uniu em jejum e, neste domingo (5), realizará um culto especial, buscando renovo, cura e salvação.
“A vida cristã é uma vida dinâmica. Ela não termina ao aceitar Jesus. O batismo com o Espírito Santo é uma porta para viver uma espiritualidade mais abundante e receber mais poder para pregar o Evangelho. Em Atos 1:8, diz que receberemos poder quando o Espírito Santo descer sobre nós”, ressaltou Florentin.
E ponderou: “Muitos crentes carecem desse poder e, por isso, não pregam. Se tivessem esse poder, o mundo estaria saturado do Evangelho”.
Mesmo que as diversas correntes teológicas tenham entendimentos distintos sobre a ministração do Espírito Santo, a Festa de Pentecostes é para todos os cristãos e o derramamento de poder para todos aqueles que crerem.