O Estado Islâmico está sendo parte de uma reedição da Guerra Bíblica entre Israel e os Amalequitas, segundo especialistas em análise militar.
Alguns analistas militares sugeriram que a guerra contra o grupo terrorista do Estado Islâmico, particularmente em seus ataques no Egito, é uma reconstituição de um antigo confronto bíblico entre Israel e os amalequitas.
"O livro de Êxodo fala da lendária batalha entre Amaleque, o inimigo ancestral do povo judeu, e os israelitas, que aconteceu em um local chamado Refidim, localizado no deserto egípcio", lembrou um artigo do site 'Breaking Israel News', na última quinta-feira (27).
"Dois mil anos mais tarde, uma nova batalha contra os inimigos de Israel está sendo montada exatamente no mesmo lugar: um campo de pouso de aviões de guerra egípcio, em Bir Gafgafa, está localizado precisamente no mesmo local bíblico de Refidim, na Península do Sinai", acrescentou.
O site israelita creditou as observações a Giora Shamis, editor do site israelense de inteligência militar 'Debka Files', que observou que, nesta questão em particular, o Egito é um aliado de Israel na batalha contra o Estado Islâmico.
Os cristãos coptas sofreram muito em um número de ataques violentos por parte do Estado Islâmico no Egito nos últimos tempos, inclusive em dois bombardeios durante o Domingo de Ramos (antecedente à páscoa) em Alexandria e Tanta, que mataram 45 cristãos e forçaram igrejas a passar por uma páscoa sombria.
Shamis disse ao 'Breaking Israel News' que a Bíblia fornece uma boa fonte de registros sobre esta guerra entre Israel e os amalequitas, a qual o Estado Islâmico está ajudando a remontar hoje.
"Eu não sou religioso, mas a correlação entre o Estado Islâmico e os Amalequitas é clara e deve ser levada em conta, ao considerar os acontecimentos modernos", disse Shamis. "O que aconteceu há milhares de anos está simplesmente sendo reproduzido nos dias de hoje. É uma continuação do que já aconteceu lá historicamente"
Shai Ben Tekoa, ex-apresentador principal telejornal israelense 'Arutz Sheva', também sugeriu que o Estado Islâmico é uma "versão moderna" dos amalequitas, que na Bíblia são apresentados como inimigos do povo judeu.
"Como Amaleque, eles procuram promover crueldade gratuita", disse Ben Tekoa, referindo-se às decapitações, estupros em massa, escravidão e tortura de cristãos e outras minorias religiosas e étnicas em todo o Oriente Médio.
"A Bíblia é verdadeira e seu brilho atemporal é a melhor fonte de informações para entender o mundo de hoje", acrescentou Tekoa.
Alguns líderes de grandes igrejas nos Estados Unidos, como o Pastor Greg Laurie do Ministério 'Harvest', também sugeriram que o Estado Islâmico é parte de profecias bíblicas.
Opinião de teólogos
Laurie disse em uma mensagem de dezembro de 2014, intitulada "Israel, Irã e Estado Islâmico em Profecias Bíblicas", que o Evangelho ensina que nos últimos dias, os conflitos mundiais irão caminhar de mal a pior.
"Os eventos dos últimos dias podem ser comparadosm, como eu já disse antes, a um monte de dominós empilhados juntos. [...] Há uma cadeia de eventos que vão se desdobrar em rápida sucessão, começando com o surgimento do anticristo e terminando com a batalha do Armagedom e o retorno de Jesus Cristo. Uma vez que o primeiro dominó cair, essas coisas vão acontecer", disse Laurie na época, apontando que o Estado Islâmico e outros grupos terroristas estão fazendo parte dessa cadeia de eventos.
Outros teólogos, como o Dr. Charles Dyer e o Pastor Mark Tobey, autores do livro "Crise do Estado Islâmico: O que Você Realmente Precisa Saber", sugeriram que mesmo que o grupo terrorista não seja encontrado diretamente na profecia bíblica, está levando a outros fatores que formarão o caminho para o Fim dos Tempos.
"O Estado Islâmico pode não sobreviver, mas mais tarde uma coalizão muito mais poderosa e mortal irá ofuscá-lo. O profeta Ezequiel descreve uma época em que a coalizão vai lançar um ataque contra Israel. Um outro exército vai um dia surgir em todo o Oriente Médio", apontou a obra literária.
"Eles não estarão carregando as bandeiras negras do Estado Islâmico, mas sua intenção também será cruel e destrutiva", explicou.