Durante a 23ª edição do Encontro para a Consciência Cristã, que ocorreu em Campina Grande, Paraíba, Hernandes Dias Lopes, falou sobre a postura do apóstolo Paulo diante das adversidades que enfrentou.
O pastor pregou na última quinta-feira (11) sobre o texto bíblico na segunda carta a Timóteo. Ele mencionou como Paulo deve ter se sentido abandonado pelos seus filhos na fé. “Isso deve ter machucado o coração do velho apóstolo”, iniciou.
“Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me abandonaram.” (2 Timóteo 4.16)
Segundo o pastor, Paulo colheu o fruto amargo da ingratidão. “E ele sabia que estava chegando o momento de sua partida. Sabe qual a lição que Paulo tem para você e para mim? Ele nos traz coragem e esperança num tempo marcado pela pandemia, onde um vírus mexeu com a agenda das nações, trazendo um colapso do sistema público de saúde e da vida financeira. Paulo nos ensina alguns princípios importantes”, disse.
“Procure vir logo ao meu encontro…” (2 Timóteo 4.9)
“Quando a crise bater à porta da sua vida, tenha humildade para pedir ajuda, como Paulo fez. Não fique sozinho. A crise chega, e chega para todos: ricos, pobres, governantes, governados, doutores, analfabetos, crentes e descrentes. E quando a crise chega, a solidão é uma péssima companhia”, destacou.
O teólogo lembra que “todos nós precisamos de um amigo do peito, alguém com quem temos coragem de abrir o coração e pedir ajuda, repartindo as nossas dores e repartindo as nossas cargas”. Segundo ele, uma das maiores tragédias para a igreja no Brasil é a quantidade de pastores que cometeu suicídio nos últimos anos. “Precisamos nos lembrar que nenhum de nós é autossuficiente”, sublinhou.
Não guarde mágoas e perdoe as pessoas
“As pessoas vão nos decepcionar e nós vamos decepcionar as pessoas. O que importa é como vamos reagir. Não fique remoendo, não perca a alegria, o sono, o apetite, a saúde ou seu foco. Bote o pé na estrada e continue caminhando, como Paulo fez”, apontou.
O teólogo destacou também a importância do perdão. “Ninguém perde a autoridade espiritual por reconhecer um erro e pedir perdão. Construa pontes de reconciliação onde foi aberto um abismo de mágoas. Nós jamais estaremos preparados para morrer enquanto houver pendências e relacionamentos quebrados”, lembrou.
Segundo o pastor, por mais triste que seja a trajetória da vida de alguém e por mais injustiças que esteja vivendo, é importante nunca perder o entusiasmo de estudar a palavra de Deus.
“Perceba que Paulo pediu a Timóteo ‘traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos’. Os pergaminhos eram as cópias das Escrituras. Mesmo velho, doente, cheio de cicatrizes e ainda acusado de um crime que não praticou, e abandonado pelos amigos, no corredor da morte, Paulo ainda pensava na Palavra”, afirmou.
Faça o que tiver que fazer enquanto é tempo
“Mesmo que estiver absolutamente só, Deus nunca vai desamparar você e essa é uma verdade consoladora. Família e amigos só poderão te acompanhar até o portal da morte, depois disso, somente Deus poderá segurar sua mão e estar com você na glória”, observou.
Refletindo sobre a brevidade da vida, o preletor mencionou sobre aproveitar as oportunidades. “Há coisas que você precisa fazer hoje ou nunca mais terá oportunidade de fazer. Por exemplo, visitar alguém, fazer elogios ou enviar flores”, relacionou.
“Nossa cultura é estranha, os defuntos recebem tantos elogios, mas em vida, talvez não tenham ouvido nenhum deles. Pessoas mortas recebem mais flores que as vivas, e isso não faz nenhum sentido. A pessoa que morreu não consegue mais sentir o cheiro de um único botão de rosa”, ilustrou.
“Se tinha alguém que poderia se vangloriar do que fazia, esse alguém era Paulo, mas ele era humilde e foi digno de dizer ‘combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé’. Enquanto há muitos deixando a carreira no meio do caminho”, lamentou.
Com essa observação, o pastor elogiou a postura do apóstolo que, num mundo de tanta perseguição e de tantas ideias novas surgindo no mercado da fé, foi capaz de dizer que não negociou sua consciência, nem prostituiu seu ministério.
“Essa é a única maneira legítima, sublime e gloriosa de encerrar a carreira e de fechar as cortinas da vida, dando a Jesus toda a glória que Ele merece, porque Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas. Que Deus nos ajude, nesse tempo difícil, de tanto luto, dores e lágrimas, entendermos que ‘se vivemos, para o Senhor vivemos. Se morremos, para o Senhor morremos’. Na vida e na morte, somos do Senhor”, concluiu.