O pastor Zhang Shaojie da Igreja do Condado de Nanle, na província de Henan, (China) se encontra “beirando a morte”, de acordo com sua filha, Esther Zhang Huixin. Ela disse à organização cristã China Aid que seu pai está sofrendo tanto mental como fisicamente, como resultado de poucas refeições e de alimentos servidos a ele, além da privação de sono.
"Eles estão torturando meu pai de forma muito cruel", disse a Sra. Zhang. "Ele é proibido de ver o sol durante o dia e está sendo privado de dormir por 24 horas. A prisão lhe dá apenas um pedaço de pão cozido no vapor por dia e por isso estão fazendo com que ele morra de fome todos os dias, intencionalmente”, pontuou.
“De acordo com pessoas que foram libertadas da prisão, meu pai mal consegue se manter vivo e está sofrendo mental e fisicamente", denunciou. A irmã de Zhang Shaojie, Zhang Cuijuan, informou depois de visitar recentemente seu irmão na prisão: "Ele estava em um estado mental terrível. Seus olhos queimaram por causa da privação do sono”, disse.
“Ele disse que está proibido de dormir e que sofre uma ‘rigorosa supervisão’. Ele estava deprimido e eu não tinha como ajudá-lo. O guarda da prisão fiscalizou o telefone durante toda a nossa conversa e fomos proibidos de falar sobre o caso dele", ressaltou.
Culpado?
A filha do pastor Zhang sugeriu que os agentes da prisão estavam realizando tortura regularmente para persuadi-lo a declarar um recurso contra sua sentença. "As autoridades do governo disseram que não processariam o recurso a menos que ele se declarasse culpado", disse ela.
O pastor Zhang foi sentenciado no verão de 2014 e recebeu uma multa de mais de 14 mil dólares (mais de 46 mil reais) por fraude e por "reunir uma multidão para perturbar a ordem pública". Na época, sua família contou a Sky News que as acusações foram forjadas pelas autoridades locais, porque estavam preocupadas com a crescente influência da Igreja na área.
Em novembro de 2013, Zhang e cerca de 20 membros de sua igreja - que está registrado na rede de igrejas sancionadas pelo Estado - foram detidos após petição de Pequim sobre uma disputa de terra entre a igreja e funcionários do condado de Nanle.
De acordo com o grupo dos direitos britânicos, a Christian Solidarity Worldwide, alguns membros da igreja acreditam que seu pastor foi detido como parte de um plano pelas autoridades para substituí-lo como chefe da TSPM local, porque ele defendeu grupos sociais marginalizados.