Um grupo étnico armado prendeu recentemente quase 100 pastores e forçou estudantes de teologia a se juntarem às tropas do estado de Shan, no norte de Mianmar. As informações são da Rádio Free Asia.
Testemunhas que fugiram da região norte de Wa, que faz fronteira com a China, informaram que 92 pastores foram mantidos presos pelo Exército do Estado Unificado (UWSA, na sigla em inglês), segundo um porta-voz da comunidade étnica Lahu Baptista.
“A UWSA também recrutou à força 41 estudantes, homens e mulheres que estavam fazendo aulas de estudos teológicos em várias igrejas, e 52 igrejas na área de Mongpauk foram fechadas, outras três foram destruídas”, disse o pastor.
O grupo armado também ordenou que um grupo de clérigos católicos e professores, incluindo cinco freiras da Sociedade Missionária deixassem a região, disse outro líder cristão à agência de notícias UCAN.
A UWSA divulgou uma declaração no Facebook no dia 6 de setembro, declarando que todas as igrejas, missionários, professores e clérigos existentes deveriam ser investigados, para encontrar trabalhadores estrangeiros proibidos e apoiadores de atividades missionárias ilegais.
O texto também disse que todas as igrejas construídas depois de 1989 (quando o Partido Comunista entrou em colapso) devem ser destruídas, com exceção de uma feita com a permissão do governo, e que nenhuma nova igreja será permitida.
No início deste mês, Nyi Ran, um oficial de comunicações da UWSA disse: “Os líderes militares acreditam que existam extremistas religiosos no território Wa, incluindo missionários que não obtiveram permissão oficial e membros do clero que estão operando fora da lei".
Segundo a UCAN, não existem igrejas católicas na área de onde o grupo foi expulso. Em vez disso, eles se reuniam nas casas dos padres. Também informou que os pastores batistas foram presos após interrogatório e “todas as escolas batistas foram fechadas”.
Wa é um estado autônomo em Shan, na fronteira com a China e a Tailândia, que não é reconhecido pelo governo de Mianmar. A UWSA é o maior exército não-estatal de Mianmar e acredita-se que seja apoiado pela China.
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