Pastor diz que o perdão também exige persistência: "Não é de um minuto para outro"

George Foster afirma que nem sempre o perdão vem de imediato, mas que é preciso perdoar várias vezes até você sentir paz no coração.

Fonte: Guiame, com informações da Rede SuperAtualizado: sexta-feira, 23 de junho de 2017 às 16:12
O pastor é autor do livro “O poder restaurador do perdão”. (Foto: Reprodução).
O pastor é autor do livro “O poder restaurador do perdão”. (Foto: Reprodução).

Existem pessoas que não conseguem perdoar tão facilmente. Nesses casos, é preciso insistir no perdão até que você realmente sinta que o liberou. É o que diz o pastor e escritor americano George Foster. Ele explica que muita gente pode ter um conceito errado sobre o ato de perdoar.

“A ideia é que você fala ‘tá perdoado’ e aí de repente você fica curado de todas as suas mágoas e nunca mais você sente. A palavra que mais se usa é ‘perdoar e esquecer’. Mas, você não esquece assim tão rápido. Não sei se chega a esquecer, mas esquecer no sentido de não culpar mais a pessoa, aí sim”, disse.

“Eu posso falar de experiência própria. Depois que eu estava aqui no Brasil, há quase cinco anos, recebi a notícia de alguém que havia me traído lá nos Estados Unidos. E aí eu pensei: 'Ah, está perdoado. Está tudo bem'. Mas, foi uma decisão rápida. Eu acho que nem tive tempo de processar o que isso significou para mim. Então, eu disse: ‘tudo bem, os cristãos perdoam, eu sou cristão então tá perdoado'”, comentou.

O perdão como um hábito

George ainda explica que se o perdão surgir de forma repentina, você pode não ter genuinamente perdoado. “Às vezes não é tão fácil. Você tem aquele hábito de perdão, mas depois você começa a repensar a coisa. Eu me lembro de uma noite vindo de São Paulo para Belo Horizonte, num ônibus de leito que eu costumava usar e eu não conseguia dormir. Pensava no que ele fez e eu nunca contei para ninguém o que ele fez. Eu acho que isso também dificulta o perdão, quando você fala para os outros”, ressaltou.

“Eu estava no ônibus pensando: 'Mas, eu acho que já perdoei'. Eu não estava sentindo mais que ele estava perdoado. E eu me virei tentando dormir e não conseguia. Ai, eu pensei: ‘Se eu não perdoei antes, vou perdoar agora’. E isso me ajudou por alguns minutos, mas na realidade é uma decisão que você toma e depois existe o processo em que você tem que reafirmar aquele perdão, até que você tenha mais paz no coração”, pontuou o escritor.

Persistência

George ainda comenta que o perdão pode não ser tão rápido assim. “Não é de um minuto para o outro, foi difícil. Tomei uma posição, quando ouço o nome dele, ‘tá perdoado’. Quando eu vejo a cara dele, ‘tá perdoado’. Quando encontro com ele de qualquer forma, ‘tá perdoado, tá perdoado’. E eu acho que chegou um dia em que ele estava perdoado mesmo”, disse.

“Nem sempre você vai poder conversar com a pessoa, porque às vezes ela nem sabe que te feriu. Ou às vezes ela não está aberta para uma conversa. Mas, no seu coração, você tem que dizer: ‘Ele está perdoado, ela está perdoada’. E quando tiver a oportunidade de um encontro, uma reaproximação, ai tem que de alguma maneira deixar a pessoa saber que você não está magoado com ele. Que você quer um relacionamento”, finalizou.

Confira o vídeo na íntegra:

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