O pastor Yousef Nadarkhani, um dos líderes da Igreja no Irã, já foi preso várias vezes por causa de sua fé. Além de ter sido condenado à prisão, ele chegou a receber a sentença de morte por determinação das autoridades.
No dia 26 de fevereiro, porém, ele foi libertado como resultado de uma anistia nacional emitida pelo líder supremo do Irã, aiatolá Khamenei, para comemorar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
De acordo com a CSW — organização cristã que luta pela liberdade religiosa no país — o pastor ainda está em Teerã para a conclusão de alguns procedimentos formais relacionados à sua libertação.
Idas e vindas da prisão
A organização informou que o pastor se juntará à família, na cidade de Rasht, assim que a documentação ficar pronta.
Nadarkhani é um dos quatro cristãos que foram presos no dia 13 de maio de 2016, por agentes de segurança que fiscalizavam reuniões cristãs.
Embora eles tenham sido libertados sob fiança em 2017, foram presos novamente em outra série de fiscalizações por parte do governo, entre os dias 22 e 25 de julho de 2018.
‘Presos por falsas acusações’
Em junho de 2020, o pastor Nadarkhani e outro cristão prisioneiro, o diácono Saheb Fadaie, também foram libertados através da anistia e tiveram suas sentenças reduzidas de 10 para 6 anos na apelação .
Em fevereiro de 2021, um grupo da ONU sobre Detenção Arbitrária publicou um informativo dizendo que a detenção continuada do pastor não tem um fundamento lógico, dependendo sempre da vontade das autoridades.
O fundador da CSW, Mervyn Thomas, disse que ficou feliz com a libertação há muito esperada do pastor Nadarkhani e do diácono Fadaie, mas que também é preciso levar em conta que eles perderam muitos anos de suas vidas na prisão por falsas acusações.
‘Queremos liberdade sem assédio’
“Apelamos às autoridades iranianas para garantir que estes homens possam desfrutar de sua liberdade sem mais assédio ou intimidação. Continuamos a pedir a libertação imediata e incondicional de todos os outros que estão atualmente presos por causa de sua religião ou crença”, resumiu.
Vale ressaltar que, enquanto o pastor Nadarkhani esteve preso, seus filhos não tinham o direito de frequentar a escola. Conforme a Portas Abertas, um deles chegou a ser agredido pelo mesmo agente que prendeu seu pai, há 4 anos.
Atualmente, o Irã ocupa o 8º lugar na Lista Mundial da Perseguição e os cristãos que vivem lá são obrigados a frequentar igrejas clandestinas por causa da paranoia ditatorial e da opressão islâmica.