Líderes evangélicos dos EUA se manifestaram sobre um recente relatório que identificou um aumento na hostilidade e "desprezo" pelos cristãos no país, conforme casos de vandalismo e ataques violentos têm crescido nos últimos anos.
O relatório anual sobre Hostilidade Contra Igrejas, do Family Research Council, revela um total de 436 incidentes hostis contra igrejas em 2023. Este número representa mais do que o dobro do registrado pela organização cristã em 2022 e mais de oito vezes o número relatado em 2018, quando começaram a monitorar esses ataques.
De acordo com o relatório, o vandalismo foi o ato de hostilidade mais comum contra igrejas. Além disso, foram registrados "135 ataques ou tentativas incêndio criminoso, 22 incidentes envolvendo armas de fogo, 32 ameaças de bomba e 61 outros incidentes, como agressões, ameaças e interrupção de cultos", durante os últimos seis anos.
O reverendo Franklin Graham, presidente e CEO da Associação Evangelística Billy Graham e da Bolsa do Samaritano, sustentou que o relatório evidencia a infiltração das ideologias de extrema esquerda na cultura, resultando no aumento do "desprezo" pelos cristãos.
"À medida que vemos um aumento daqueles que promovem o socialismo neste país, também vemos um crescente desdém pelas coisas da igreja. O socialismo é anti-Deus — a história nos mostra isso. Na Europa Oriental e em países como Cuba e Venezuela, igrejas têm sido perseguidas e pastores têm sido presos e até mortos. Devemos estar atentos", alertou em comentários ao Fox News Digital.
"A agenda socialista também está sendo promovida por muitas escolas e universidades", afirmou. "Essas instituições estão impregnando as mentes da próxima geração com mensagens anti-cristãs e anti-Deus. Embora isso deva preocupar a todos nós — e devemos usar nossos votos para rejeitar qualquer semelhança de socialismo na América —, isso não vai me impedir de tomar uma posição por Jesus Cristo."
Hostilidade crescente
O pastor Greg Laurie, evangelista e fundador da Harvest Christian Fellowship na Califórnia e no Havaí, afirmou que era inegável a existência de uma crescente hostilidade contra os cristãos em todo o mundo.
"Sem dúvida. A hostilidade contra os cristãos aumentou. Os cristãos são o grupo mais perseguido no mundo. A Bíblia nos diz que veremos mais perseguição nos últimos tempos, o que eu acredito que estamos vivendo", disse Laurie ao Fox News Digital.
"Ironicamente, os cristãos fizeram tanto pelo mundo. A maioria dos grandes hospitais, universidades e organizações de ajuda foram iniciados por cristãos que levaram a sério os ensinamentos de Jesus, que nos disse para 'deixar a nossa luz brilhar diante dos homens para que eles vejam as nossas boas obras'", disse ele, citando Mateus 5:16.
Laurie incentivou os cristãos a se manterem firmes em sua fé e a continuarem compartilhando o Evangelho, mesmo diante do crescente número de americanos que têm abandonado a religião.
“Como cristãos, continuaremos a brilhar a nossa luz e a fazer as nossas boas obras e porque vivemos numa sociedade livre, continuaremos a proclamar o Evangelho. Alguns dizem: 'mude a sociedade e obterá homens e mulheres melhores.' Em essência, Jesus diz, mudem homens e mulheres e vocês terão uma sociedade melhor”, continuou ele.
‘Perseguição de colarinho branco’
O pastor Jack Hibbs, da Calvary Chapel em Chino Hills, Califórnia, afirmou que "não há dúvida" que os pastores nos EUA estão enfrentando o que ele denomina como "perseguição de colarinho branco", incluindo ameaças, assédio governamental e esforços por parte de políticos ou grupos ativistas para silenciar a Igreja.
“Estes são, na minha opinião, ataques normais contra uma igreja eficaz”, disse ele à Fox News Digital.
Hibbs acredita que parte da razão pela qual muitos americanos consideram a Igreja "irrelevante" hoje é devido ao fato de que ela "não conseguiu manter" sua presença histórica na sociedade.
Ele espera que a pressão sobre as igrejas sirva como um chamado de "despertar" para o reengajamento com a cultura.
"Pessoalmente, estou encorajado pelo que estamos vendo em nossa nação hoje por esta razão: isso proporciona uma oportunidade incrível para a igreja despertar de seu sono e se envolver com todas as questões que afligem nossa cultura hoje; trazendo as respostas que Deus já nos deu em sua Bíblia, para amar a todos e levá-los ao conhecimento de Jesus Cristo e sua graça salvadora", disse ele.
E continuou: "O fato permanece, não importa o que aconteça – Jesus Cristo não morreu na cruz para transformar o mal em bem. Jesus morreu na cruz para fazer homens mortos viverem, e Ele oferece uma transformação que não pode ser ignorada, mas apenas rejeitada. A maior cura para o que está afligindo nossa nação é a igreja na América se levantar, falar e se mostrar como a bela, brilhante e amorosa luz de Deus — para arregaçar as mangas, tanto espiritual quanto fisicamente, e ser o que ela foi destinada a ser, como uma cidade em um monte brilhante".
Alguns críticos do presidente americano Joe Biden acusaram sua administração de iniciar uma suposta guerra contra os cristãos, após vários ativistas pró-vida serem apontados por violar a lei federal por protestarem em uma clínica de aborto em 2021. Os ativistas enfrentam a possibilidade de até 11 anos de prisão.