Por que orar no monte, se posso orar em casa? Pastor responde

Joel Engel Júnior explica, à luz da Bíblia, por que o monte continua sendo um lugar separado e profético para buscar a Deus.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 21 de novembro de 2025 às 18:34
Grupo reunido no monte de oração 24h no RS. (Foto: Ministério Engel)
Grupo reunido no monte de oração 24h no RS. (Foto: Ministério Engel)

Por que devo subir ao monte para orar, se eu posso orar em casa? Com uma resposta bíblica, Joel Engel Júnior falou sobre o valor de ter um lugar separado para buscar a Deus, nesta terça-feira (18).

“Esses dias me perguntaram por que eu subo no monte para orar, qual a diferença entre eu orar na minha casa e orar no monte. A primeira coisa que eu percebi é que essa pergunta só pode ter sido feita por alguém que nunca visitou o monte de oração 24 horas”, disse ele, mencionando o local de oração do Ministério Engel em Faxinal do Soturno (RS).

“A primeira coisa que envolve e torna tão especial nós orarmos no monte, nós dedicarmos aquele lugar especialmente para Deus e para estarmos ali reunidos com Ele, é a santidade.”

Ele explicou que a palavra “santo”, em hebraico, é “kadosh”, que significa separado. 

“Santo é separado. É ser diferente, é ser destinado para um uso específico, é não ser como todos os outros, é não ser comum.”

Para ilustrar, ele lembrou da história de Davi, quando Deus envia o profeta Samuel à casa de Jessé:

“Deus envia o profeta Samuel e esse procura Jessé e diz: ‘Jessé, santifica os teus filhos, eu vou me encontrar com vocês’. O que era santificar os filhos? Era simplesmente separar os filhos. ‘Eu quero eles separados dos demais’.”

A partir dessa lógica, ele comparou a casa com o monte:

“Na minha casa eu faço muitas outras coisas. Na minha casa eu durmo, eu acordo, eu recebo amigos, eu estou nos dias bons, nos dias ruins, nos propósitos de lazer, nos de trabalho e nos propósitos sem propósito nenhum. Qualquer motivo é motivo para estar em casa.”

“Já o monte não. O monte da oração 24 horas já tem um nome: oração 24 horas. É um lugar dedicado para oração. Todas as pessoas que chegam naquele lugar vão lá pra orar ou pra mergulhar em um ambiente de oração.”

Segundo ele, essa separação muda tudo, inclusive o “clima espiritual” do ambiente.

“Você já chegou em um lugar onde houve uma briga? Você não sabe de nada, ninguém te contou nada, mas você sente um clima pesado. Por quê? Porque a energia que foi depositada ali fica no ambiente.”

“Quando você chega em um lugar que é destinado unicamente pra oração, pra estar com Deus, a energia depositada ali é totalmente diferente.”

“Deus me ouve em casa?” 

Mas será que Deus não me ouve na minha casa? Engel Júnior respondeu: “Claro que te ouve! Deus até do fundo do poço te ouve.”

Por outro lado, ele explica que há uma simbologia por trás do ato de subir ou descer:

“Toda vez que nós falamos que alguém regrediu, nós falamos que essa pessoa caiu. Mas quando alguém vai cultuar a Deus no monte, o que todos dizem? ‘Ele subiu ao monte pra orar’. Tudo é simbólico, tudo é profético.”

“Você quer orar a Deus do fundo do poço ou você quer subir? Essa é a pergunta número um.”

Ele ainda lembra: “A Bíblia não diz: ‘vá ao monte’. Ela pergunta: ‘quem subirá ao monte do Senhor?’. Tem coisas que você não precisa mandar, já estão claras.”

Memoriais que mudam destinos

Lugares podem se tornar memoriais espirituais diante de Deus. Engel Júnior lembrou que Isaque passou anos orando por um filho, até que um dia foi ao monte Moriá – o mesmo lugar onde seu pai Abraão iria sacrificá-lo.

“Uma vez no monte Moriá foi suficiente para que Deus dissesse sim. Por quê? Porque ambientes, objetos, tempos, tornam-se memoriais espirituais.”

“Isaque estava pedindo a Deus uma vida no mesmo monte em que ele estava disposto a sacrificar a sua vida”, observou. “Deus dá muita importância a memoriais. Quando você volta a um lugar onde Deus já fez algo, você levanta um memorial diante Dele.”

Orar no monte é sair da zona de conforto 

Júnior lembrou o princípio de Davi: ‘Não oferecerei ao Senhor algo que não me custe nada.’

E explicou: “Quando você está em casa, você está confortável, deitado na cama, se ajoelha no sofá e ora. Tá tudo ali pronto, disponível. Mas o monte exige muito mais.”

“Se é no inverno, você sai do conforto da tua casa. Se é no verão, você sai do ar-condicionado, vai pra lá, vai ter mosquitinho mordendo, vai ter sol quente… Mas você está lá não por causa do conforto, mas porque quer o conforto do Deus Todo-Poderoso. Aquilo que a tua casa não pode te dar e nem ser humano algum.”

O pregador também chamou a atenção para um detalhe bíblico:

“Duas vezes na Bíblia caiu fogo do céu: uma com Elias, no desafio do Carmelo, e outra com Salomão na inauguração do templo sagrado.” Ambos os locais estavam sobre montes (o templo de Salomão ficava justamente em cima do monte Moriá).

“Eu nunca vi na Bíblia Deus mandar fogo do céu em algum lugar que não fosse em montes com memorial de Deus”.

Ele cita também Jesus, que sendo o modelo principal de todo cristão, esteve no monte da Transfiguração, no monte das Oliveiras (Getsêmani) e no monte da ascensão.

“Você não tem obrigação de ir no monte, eu também não. Mas você gostaria de ter um relacionamento com alguém que só faz o que é obrigação e nada mais? Esse é o perfil de noiva que a Igreja quer ter?”

Uma oferta para um Deus que já tem tudo

Para explicar o valor de algo “escasso” diante de Deus, Joel fez uma analogia:

“Pessoas que têm muito dinheiro, muita riqueza, não precisam de nada. O que você dá de presente para alguém assim? Algo que seja raro, de edição limitada, que poucas pessoas têm.”

Aplicando isso à vida espiritual, ele afirmou:

“Num mundo e numa geração em que as pessoas dizem ‘isso é do velho, isso passou’, só os pecados continuam iguais. Coisas para Deus viram ‘velhas’. Mas o novo homem, a nova criatura, não pode repetir esse discurso.”

Por fim, Joel Engel Júnior incentiva os cristãos a não deixarem a religiosidade e a falsa doutrina tirarem deles experiências reais com Deus nos montes.

“Você que nunca teve essa experiência, não fique preso à religiosidade nem à falsa doutrina. Na Bíblia, é impossível dizer que homens e mulheres de Deus, no antigo e no novo, não iam para os montes.”

Veja a pregação completa:

 

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