O Conselho de Pesquisa da Família dos Estados Unidos (FRC) vai homenagear a tabeliã cristã do estado de Kentucky (EUA), Kim Davis, que ficou presa seis dias, sob acusação de desobedecer ao tribunal federal, após se recusar a emitir licenças para casamentos gays. Davis afirmou que sua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo se baseava na Bíblia.
A informação foi confirmada pelo próprio grupo pró-Família com uma nota em seu site oficial. A funcionária de 49 anos receberá o prêmio na 10ª Cúpula Anual de Valores, no próximo dia 25 de setembro, em Washington, DC.
No ano passado, a premiada pela organização também foi uma mulher: a mãe sudanesa Mariam Ibraheem, que foi condenada à morte sob a acusação de apostasia por se casar com um homem cristão. Ela foi forçada a submeter-se a um parto sob condições precárias na prisão de Cartum (Sudão), enquanto suas pernas estavam acorrentadas.
O Presidente da FRC, Tony Perkins reuniu-se com Davis antes de sua libertação do Centro de Detenção do Condado de Carter, na semana passada para convidá-la pessoalmente a receber a homenagem.
"Temos o prazer de anunciar que Kim Davis será homenageados na Cúpula Anual de Valores. Após o encontro com ela na semana passada, eu posso dizer que Kim Davis não estava procurando por essa luta, mas ela não está fugindo", disse Perkins em uma declaração compartilhada com o 'Christian Post', na última segunda-feira (14).
"O que os militantes ateístas / secularistas quase certamente temem é o que está acontecendo agora: a coragem está estimulando mais coragem, quando outras pessoas poderiam ter se encolhido pelo de medo, Kim tomou uma posição e hoje, milhões de americanos estão com ela, lutando pela liberdade religiosa sobre a qual nossa nação foi fundada".
Davis foi alvo dos holofotes nos Estados Unidos e até em outros países na sequência da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, de que as proibições estaduais sobre o casamento homossexual são inconstitucionais.
Embora Davis não tenha nenhuma objeção quanto ao fato de seu escritório emitir licenças de casamento entre pessoas do mesmo sexo, ela prefere não ter o seu nome associado ao título de um certificado que autoriza um casamento que ela acredita que vá contra a definição de casamento declarada por Deus.
Após a decisão da Suprema Corte, Davis instruiu funcionários a não aprovar licenças de casamento para casais do mesmo sexo para evitar ter seu nome nos certificados.
Após seu retorno ao escritório onde trabalha, Davis emitiu uma declaração, dizendo que ela não iria interferir se seus superiores escolhessem emitir certidões de casamento entre pessoas do mesmo sexo, a fim de obedecer a uma ordem do tribunal federal. Ela acrescentou, no entanto, que os certificados não terão sua assinatura, seu nome ou título sobre eles.
"Mesmo que o Tribunal tenha 'redefinido o casamento', ele não redefiniu a Primeira Emenda", acrescentou Perkins. "Graças a Deus por pessoas de coragem como Kim Davis, que se recusam a deixar a liberdade religiosa ser pisoteada por uma tirania legal. Nós a aplaudimos. Diante da intensa pressão, ela está mostrando mais coragem do que 99% dos funcionários públicos, eleitos em Kentucky".
Davis pediu repetidamente que o governo do estado de Kentucky criasse um alojamento para que licenças de casamento entre pessoas do mesmo sexo possam ser emitidas sem a necessidade de levar seu nome / título ou assinatura. O estado da Carolina do Norte aprovou uma lei que atende a uma requisição semelhante à de Kim, no início deste ano, permitindo que funcionários que optem por não emitir licenças para casamento entre pessoas do mesmo sexo possam manter sua opção, sem atrapalhar os planos de casais gays.