Na última sexta-feira (25), o "Family Research Council" ("Conselho de Pesquisa da Família") concedeu à tabeliã cristã de Kentucky (EUA), Kim Davis, o prêmio "Cost of Discipleship" ("Custo do Discipulado") 2015. A homenagem é realizada anualmente pela organização, em reconhecimento a pessoas que "estiveram dispostas a enfrentar situações adversas em razão de sua declaração de fé cristã". No ano passado, a homenageada foi a sudanesa Meriam Ibrahim.
Kim Davis chegou a ser presa por seis dias no início deste mês de setembro (2015), após recusar-se a ceder sua assinatura para emitir licenças de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Ela justificou sua atidude, afirmando que poderia fazer algo que contrariasse seus princípios cristãos.
"Eu me sinto tão indigna", disse Davis na cerimônia de premiação, realizada na da Cúpula de Valores dos Eleitores, em Washington, DC, com os olhos cheios lágrimas e a voz trêmula, de acordo com o jornal 'The Hill'.
"Quero começar agradecendo ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, porque sem Ele, nada seria possível. Ele é a minha força que me carrega", acrescentou a funcionária de 50 anos de idade, eleita para o cargo de tabeliã no Condado de Rowan, em Kentucky (EUA).
O prêmio foi anunciado pelo presidente da Organização, Tony Perkins.
Após a decisão tomada pela Suprema Corte em junho, de legalizar o casamento gay em todo o país, Davis começou a recusar-se a emitir licenças para casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Um juiz ordenou que ela emitisse os documentos, mas ela citou "a autoridade de Deus" como a razão para desafiar a decisão da Suprema Corte. O juiz, então, ordenou sua prisão, e advertiu que qualquer outro funcionário que se recuse a emitir licenças também pode ser enquandrado sob acusação de desobediência ao tribunal.
"A lei moral de Deus entra em conflito com os deveres do meu trabalho", Davis disse ao juiz, antes de ir para a cadeia. "Não posso me separar de algo que está em meu coração e minha alma".
Na cerimônia de premiação, Perkins comparou a funcionária cristã a figuras como Abraham Lincoln e Rosa Parks, que foram "homens e mulheres íntegros, poucos em número, mas profundos no caráter".
Davis disse na última sexta-feira que ela e sua família mudaram-se para o Partido Republicano, porque os democratas não os representavam, segundo a Reuters.
"Meu marido e eu tínhamos conversado sobre isso por um bom tempo e chegamos à conclusão de que o Partido Democrata nos deixou há muito tempo", disse ela, segundo informações da agência de notícias internacionais.
Ela também disse que não havia nenhum problema legal provável com as licenças de casamento sendo emitidas em sua ausência.
"Eu não acho que deveria haver um grande problema e que o juiz não tem qualquer problema em aceitar as licenças que foram emitidas quando eu estava presa. Estes documentos tinham sido alterados, então eu creio que não deve ser um problema", ela disse.
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