Apesar da esperança de jovem cristã com doença terminal, juiz determina fim de tratamento

A jovem de 19 anos não quer ser transferida para o paliativo porque tem esperança de ser curada.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: segunda-feira, 11 de setembro de 2023 às 14:59
Sistema de saúde do Reino Unido negou tratamento médico para jovem de 19 anos. (Foto representativa: Unsplash/Stephen Andrews)
Sistema de saúde do Reino Unido negou tratamento médico para jovem de 19 anos. (Foto representativa: Unsplash/Stephen Andrews)

Cada dia que passa fica mais nítido o avanço da “cultura da morte” em diversas sociedades. No Reino Unido, uma adolescente cristã está travando uma batalha legal com o NHS Trust — uma divisão do Sistema de Saúde do Reino Unido, para continuar a receber o tratamento que preserva sua vida.

A jovem de 19 anos, que só pode ser identificada pelas iniciais 'ST' devido às restrições de notificação impostas pelo tribunal, luta contra a decisão dos médicos que querem transferi-la para cuidados paliativos.

Os profissionais argumentam que ela está “morrendo ativamente” e que os cuidados no final da vida seriam a melhor indicação, conforme o Christian Today.

A jovem discorda e quer permissão para ir ao Canadá para participar de um ensaio clínico que oferece tratamento experimental para sua condição — uma doença genética chamada síndrome de depleção do DNA mitocondrial (SDM).

Embora o tratamento, se bem sucedido, não cure a situação de ST, a família acredita que pode prolongar sua vida.

‘Condenada por querer viver’

Segundo a jovem, ela praticamente ficou presa pelo sistema médico que a condenava pela escolha de viver em vez de se entregar aos cuidados paliativos.

“Eles fizeram tudo o que podiam para me impedir de contar esta história. Encontrei-me presa num sistema médico e jurídico governado por um paternalismo tóxico que me condenou por querer viver”, ela desabafou.

A SDM enfraqueceu os rins e os músculos de ST e ela precisa de diálise regular. Além disso, a jovem depende de um ventilador para respirar e é alimentada por um tubo. Apesar da gravidade de sua condição, ela insiste que seu cérebro não foi afetado e espera retomar seus estudos em breve.

‘Ela deveria ser protegida’

A jovem vem de uma família cristã muito unida e, de acordo com o Daily Mail, ela ainda gosta de fazer muitas das coisas que outros adolescentes gostam, como navegar nas redes sociais, assistir filmes e jogar jogos de tabuleiro.

“Meus médicos estão dizendo que, porque não podem tratar minha SDM, eu não deveria receber mais nenhum tratamento que preserve minha vida. Em vez disso, eu deveria me encher de opioides para perder a consciência e morrer”, explicou indignada.

“Eu não quero isso e quero tentar o tratamento oferecido no exterior. Pode ser uma pequena chance, mas é a única que tenho”, continuou.

A família de ST condenou a ordem judicial que ocultou a sua identidade porque isso os impediu de conseguirem angariar fundos para custear o tratamento em outro país.

As restrições de notificação foram impostas a pedido do hospital. A família solicitou o levantamento das restrições e está apelando ao secretário de Saúde, Steve Barclay, para salvar sua filha.

“Pedimos ao Secretário de Saúde que intervenha e que o hospital e os tribunais levantem essas restrições para que possamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tentar salvar nossa filha”, disseram.

A posição da família tem o apoio do deputado conservador Jacob Rees-Mogg, que disse: “A justiça por padrão deveria ser aberta”. Ele acrescentou: “Os tribunais não deveriam apoiar a justiça fechada quando a pessoa que deveria ser protegida não quer esse sigilo”. A família está sendo apoiada no seu caso pelo Centro Jurídico Cristão.

Autoritarismo médico

Conforme o Gazeta do Povo, casos de autoritarismo médico estão aumentando no Reino Unido.

Alguns casos ficaram conhecidos no mundo, como o dos bebês Alfie Evans e Charlie Gard, que tiveram que ser transferidos para outro hospital, já que não estavam recebendo os cuidados necessários.

Outro caso polêmico foi do menino de 12 anos, Archie Battersbee, que teve o tratamento que prolongava sua vida suspenso pela justiça. A família havia pedido mais um tempo aos médicos por acreditarem que um milagre poderia acontecer.

Conforme o advogado e colunista Wesley J. Smith vivemos em uma época em que a liberdade individual está sob a ameaça real.

“As decisões políticas e pessoais mais importantes não serão tomadas por nós mesmos, mas por ‘especialistas’. A imposição do tribunal com relação a ST é apenas um exemplo do autoritarismo que está por vir”, concluiu. 

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