O presidente Jair Bolsonaro participou de um almoço com cerca de 100 pastores nesta quinta-feira (11) no Hilton Hotel, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Também estiveram presentes o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o governador do Rio, Wilson Witzel.
O almoço foi promovido pelo Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB) e conduzido pelo pastor Silas Malafaia, que afirmou ter reunido 90% da representação evangélica do país.
Durante discurso no evento, Bolsonaro disse que a viagem a Israel tocou sua alma e reafirmou seu compromisso de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Seu primeiro passo foi anunciar a criação de um escritório de negócios na cidade santa. “Queremos cumprir esse compromisso, mas, como um bom casamento, tem que namorar, ficar noivo”, explicou.
O presidente disse ainda que sentiu-se inspirado em Israel para tirar o Brasil da crise. “Veja o que eles não têm e o que eles são. Não têm riquezas naturais, água, biodiversidade, terras férteis, grandes áreas turísticas — a não ser as bíblicas. E olha nós. Nós temos tudo e olha o que nós não somos. O que nos falta é fé. Falta gente que sirva de exemplo para os demais e que não meça sacrifício na área de trabalho”.
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, presidente Jair Bolsonaro, pastor Silas Malafaia, presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o governador do Rio, Wilson Witzel, em momento de oração. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
O pastor norte-americano John Hagee, fundador da organização Cristãos Unidos por Israel, disse que os cristãos têm uma dívida com os judeus e que “Deus tem abençoado Trump” por ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel. O pastor pediu que os evangélicos brasileiros também se movam nesta direção.
Igreja e sociedade
O presidente do STF, Dias Toffoli, reconheceu o trabalho que os evangélicos têm feito no país, destacando que os líderes religiosos chegam onde o Estado não está.
“Após momentos tão difíceis nos últimos quatro, cinco anos, com crise econômica agudíssima, com decréscimo do PIB, afetando principalmente as periferias, lá onde até o Estado não está muitas vezes, está uma igreja evangélica”, afirmou. “As senhoras e senhores atuam naqueles lugares que seguram muitas vezes a possibilidade do desespero humano chegar a sua última consequência”.
Pastor Silas Malafaia fala durante almoço do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, observou que o voto dos evangélicos em Bolsonaro não foi “exclusivamente por causa da agenda moral”.
“Votamos em Bolsonaro porque ele tem vida limpa, pela questão da segurança, da corrupção, pela questão de um novo país, pela questão do desemprego”, disse o pastor, destacando que os evangélicos não são alienados. “Estamos inseridos no contexto das necessidades e desejos desse país grande”.
Malafaia elogiou o presidente do STF e o presidente do Senado e analisou os primeiros cem dias do presidente Jair Bolsonaro: “Um pepino de 14 anos é em 100 dias que vai resolver? Vamos ter paciência”.