O presidente Jair Bolsonaro indicou o desembargador Kassio Nunes Marques, de 48 anos, como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação foi publicada nesta sexta-feira (2) no Diário Oficial da União e ainda terá que ser aprovada pelo Senado Federal.
Bolsonaro havia confirmado Marques como indicado para a vaga no STF em uma live transmitida na noite de quinta-feira (1) nas redes sociais. “Amanhã será publicado o nome do Kassio Marques para a nossa primeira vaga. Temos pressa nisso”, disse Bolsonaro, acrescentando em seguida: “E a segunda vaga será para um evangélico, tá certo?”
Marques, que é desembargador do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) em Brasília, foi indicado à vaga que será aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello, que foi antecipada para 13 de outubro.
A escolha do desembargador causou surpresa, por não ser um dos nomes na lista de apostas para o STF.
“Vamos supor que estive escolhido o André [Mendonça, ministro da Justiça e Segurança Pública]. Não está descartado. André está na fita, Jorge [Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da Presidência] está na fita. Vou falar os dois nomes porque estão ligados a mim. Tem mais gente na fita? Tem”, disse Bolsonaro.
O presidente defendeu a indicação de Marques por considerá-lo uma pessoa de “família”, com potencial de ser aprovado pelo Senado.
Desembargador Kassio Nunes Marques foi indicado ao STF. (Foto: Ramon Pereira/Ascom/TRF1)
“Falam que ele é desarmamentista, tem nada a ver. Ele é católico, é família e tenho certeza que vão gostar do trabalho dele no STF. Quem indica para o Supremo não sou eu, é o Senado Federal. Eu pego por exemplo aqui nosso prezado ministro Tarciso para o Supremo. Chega no Senado, o nome dele é rejeitado”, afirmou.
Ministro evangélico no STF
O presidente falou sobre a importância de ter um ministro que defenda os interesses conservadores e reforçou seu desejo de indicar um evangélico para a próxima vaga do STF. “Por que evangélico? Porque tenho um tremendo respeito por mais de 30% de evangélicos no Brasil, acho que tem que ter uma pessoa lá dentro”, disse.
“Quando falavam que tem que ter um negro, uma mulher ninguém falava nada. Quando fala que tem que ter um evangélico... Mas não é porque é evangélico apenas, tem que ter conhecimento de causa, tem que transitar em Brasília, conhecer gente no Supremo, no Parlamento. Quero colocar uma pessoa lá que não é para votar certas coisas e perder por 10 a 1, tudo. Quero que essa pessoa vote de acordo com suas convicções, interesses dos conservadores, mas que busque maneiras de ganhar alguma coisa lá também”, completou.