Alunos que sobreviveram ao atentado na Escola Católica Anunciação, no sul de Minneapolis, Minnesota, nos EUA, relembraram a tragédia que deixou duas vítimas no local.
Na manhã da última quarta-feira (27), alunos e professores da Escola Católica Anunciação foram alvo de um atentado durante uma missa de volta às aulas. O ataque ocorreu por volta das 8h30, quando o atirador, Robin Westman, de 23 anos, armado com um rifle, uma espingarda e uma pistola, disparou contra as janelas da igreja.
Na ocasião, dois alunos — um de 8 anos e outro de 10 — foram mortos. Além disso, 14 crianças e 3 adultos ficaram feridos. Segundo a polícia, o atirador também tirou sua vida.
Uma das alunas sobreviventes, Clarissa Garcia, do 5º ano, relembrou o ocorrido: "Eu estava na igreja e ouvi algo muito alto. Pensei que fossem fogos de artifício na igreja, mas aí vi o tiroteio", disse ela ao portal americano KSTP.
Weston, de 10 anos, estava sentado em um banco ao lado dos vitrais onde os tiros começaram. Felizmente, o aluno escapou de ferimentos, mas acredita que a pólvora atingiu seu pescoço.
O amigo de Weston, que estava sentado ao lado dele, levou um tiro nas costas: “Fiquei com muito medo por ele, mas acho que agora ele está bem”, relatou Weston.
‘Eu estava orando’
Conforme o relato dos sobreviventes, nesse momento, um grupo de estudantes e professores, incluindo Weston, se abrigou no ginásio até ter a certeza que era seguro sair.
Uma professora diferente levou Clarissa e outras crianças para uma sala de aula de pré-escola no andar de baixo. Durante todo o tiroteio, Clarissa contou que sentiu “muito medo”, mas permaneceu em oração.
"Eu estava orando para que todos pudessem ficar seguros e ninguém fizesse isso de novo", afirmou Clarissa.
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Quando a igreja foi considerada segura, todos foram levados a um local indicado pela polícia para que se reunissem com suas famílias.
Suzanne Garcia, mãe de Clarissa, contou que estava trabalhando em outra escola quando recebeu a notícia do tiroteio.
Ao chegar na igreja, começou a procurar a filha e foi informada de que a menina estava bem: “Louvado seja Deus”.
E Clarissa acrescentou: “Eu me senti muito segura. Como se meu anjo da guarda estivesse comigo, Deus estava comigo. E eu abracei a minha mãe o mais forte que pude”.
Suzanne Garcia, mãe de Clarissa. (Foto: Reprodução/KSTP)
Weston também reencontrou a mãe e disse: "Fiquei com medo de não vê-la mais. Eu não sabia o que estava acontecendo, na verdade. Fiquei em choque".
Em uma coletiva de imprensa, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse que a cidade está criando um centro de recursos familiares para dar suporte aos alunos e pais da Escola Católica Anunciação.
Ódio aos cristãos
O diretor do FBI, Kash Patel, informou que a agência "está investigando o ataque como um ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos".
Segundo autoridades locais, o ataque foi premeditado. Horas antes, Westman havia publicado vídeos no YouTube contendo um manifesto com mensagens codificadas, fantasias violentas e referências ao autor do massacre de Sandy Hook.
O caso está sendo tratado como um ataque com motivações múltiplas, incluindo componentes religiosos e psicológicos.
Equipamentos encontrados pela polícia incluíam frases perturbadoras, como “matar Donald Trump” e a provocação “Onde está o seu Deus?”, escrita em um carregador de munição.
A frase “Onde está o seu Deus?”, encontrada entre os pertences do atirador, levantou discussões sobre o caráter simbólico do crime, cometido em um local de culto e durante uma celebração religiosa.
“Foi um ataque espiritual, zombando do Todo-Poderoso justamente no lugar onde crianças iam para adorar”, escreveu a página cristã Bible Verse.