Em votação histórica, Batistas do Sul aprovam força-tarefa contra abuso sexual de pastores

Será criado o site “Ministry Check”, com o objetivo de rastrear pastores, funcionários e voluntários abusivos.

Fonte: Guiame, com informações de Religion News Service e Baptist PressAtualizado: quarta-feira, 15 de junho de 2022 às 14:28
Bruce Frank presidiu a operação do abuso sexual da Convenção Batista do Sul no ano passado. (Foto: Baptist Press/Sonya Singh).
Bruce Frank presidiu a operação do abuso sexual da Convenção Batista do Sul no ano passado. (Foto: Baptist Press/Sonya Singh).

Os Batistas do Sul, a maior denominação protestante dos Estados Unidos, aprovaram uma força-tarefa contra o abuso sexual de pastores em uma votação história, durante sua convenção anual, na terça-feira (14), na Califórina.

A igreja que tem lidado com denúncias de acobertamento de casos de abuso por parte de líderes nos últimos anos, vai criar um sistema para combater a violência sexual e cuidar das vítimas.

Aos líderes reunidos, Bruce Frank, que presidiu a operação do abuso sexual da Convenção Batista do Sul no ano passado, declarou: “Hoje, vamos escolher entre humildade ou arrogância”.

“Vamos escolher entre o arrependimento genuíno ou ser continuamente passivos em nossa abordagem ao abuso sexual na Convenção Batista do Sul. Escolheremos entre fazer o melhor para a Glória de Deus e para o bem das pessoas, ou escolheremos, novamente, os negócios como de costume”.

A operação liderada por Frank supervisionou uma investigação independente, realizada pela Guidepost Solutions, sobre como os pastores lidaram com casos de abuso sexual, nas últimas décadas.

Segundo o relatório da investigação, divulgado no mês passado, os líderes batistas do sul maltrataram sobreviventes de abuso, lidaram de forma incorreta com as denúncias e tentaram proteger a denominação a todo custo.


A Igreja Batista do Sul vai criar um sistema para combater o abuso e cuidar das vítimas. (Foto: Baptist Press/Sonya Singh).

Em resposta a esse relatório, a operação recomendou a implantação de um conjunto de ações para a igreja lidar com o abuso, incluindo uma força-tarefa para responder às denúncias.

Também será criado o site “Ministry Check”, com o objetivo de rastrear pastores, funcionários da igreja e voluntários abusivos. 

Além disso, será avaliado a criação de um fundo para ajudar os sobreviventes e a criação de um comitê permanente para lidar com o abuso sexual na denominação.

Apenas a ponta do iceberg

Na convenção, Bruce Frank enfatizou aos colegas de ministério que a violência sexual não é algo que se possa ignorar.

De acordo com estudos, os casos de abuso relatados nos Batistas do Sul são apenas a “ponta do iceberg" e que lidar com o problema irá encorajar outras vítimas a também denunciarem. 

"Você vai receber um telefonema. Isso não é uma palavra de profecia. Isso é apenas matemática”, observou Frank.

O co-presidente da força-tarefa, Marshall Blalock, pediu uma mudança de pensamento na forma como a igreja lida com o abuso. “Nossos instintos, às vezes, são sobre a proteção da instituição”, afirmou.

“Temos que ter uma mudança de cultura em nosso pensamento. Agora eu sei que nosso primeiro instinto deve ser cuidar e fornecer o melhor atendimento para uma pessoa traumatizada que foi abusada”.

 

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